O aluno Francisco Mendes (11ºE), apresenta a sua posição:
Já é de
conhecimento mundial a capacidade inovadora, a nível tecnológico, de grandes
empresas como a Apple e o Facebook. Porém, tal como a capacidade de inovação
caracteriza estas empresas, também a existência de grandes eventos é um fator
de descrição das mesmas.
Cada vez
mais, estas empresas, procuram ter presente no seu grupo de trabalhadores e
funcionários a presença feminina com o objetivo de promover a criatividade e
flexibilidade. Com isto, estas duas colossais entidades, lançam a oportunidade,
às suas funcionárias, de melhor se concentrarem na sua carreira sem abdicar do
desejo de, um dia, constituir uma família. Esta oportunidade é possível através
do congelamento e armazenamento de óvulos daquelas que põe o conceito de
carreira à frente do conceito de família, tentando-se, assim, aumentar e
expandir a sua fertilidade. Mas, de acordo com isto, será assim tão simples
como se faz parecer?
Embora o
objetivo desta novidade tecnológica seja completamente legítimo e puramente
evolutivo, maior parte das implicações desta novidade, parecem ser contra tudo
aquilo que está ao alcance biológico do Homem, remetendo, assim, para o
desequilíbrio natural.
Desta forma,
esta tentativa de aumento de produtividade e concentração no emprego, torna-se
um ato desumanamente capitalista, baseado numa descarada tentativa de
manipulação e exploração humana. Isto é, incentiva-se as funcionárias a
submeterem-se a uma desvalorização da vida humana em favor da evolução
tecnológica, criando, consequentemente, uma inconsciente guerra entre a Vida e
a Evolução onde a Vida perde completamente o seu valor e a Evolução acaba por
sair triunfante. Posto isto, surge uma questão: "viver para trabalhar ou
trabalhar para viver?" Se, inicialmente, o conceito de "emprego"
foi criado no intuito de ser vencedor das necessidades básicas à vida,
garantindo-as, esta iniciativa acaba por se resumir no oposto, vivendo-se assim
para trabalhar.
É
completamente claro que esta iniciativa é uma oportunidade facultativa, e não
obrigatória, de organização e escolha do rumo da vida pessoal, uma vez que, a
decisão final reside nos presentes valores e ideais de cada um. Mas, ainda que
seja uma escolha facultativa, esta, é uma maneira indireta destas duas
companhias avisarem as suas funcionárias da possível perda de lugar na empresa
de acordo com a rejeição da suposta oportunidade "facultativa".
Para além de
todas estas implicações polémicas contra valores e ideais sociais, religiosos,
psicológicos e éticos, surgem também implicações a nível da saúde individual
daqueles que se comprometem com tal processo, como é explicado pela ONG: "Retirar
vários óvulos envolve injeções fortes de hormonas, algumas delas não aprovadas.
A curto prazo, os riscos podem ser graves e a longo prazo são incertos, porque
eles não foram estudados adequadamente, apesar da indústria de fertilidade ter
vindo a utilizar estas hormonas durante décadas". Isto mostra o lado
ignorante e ganancioso da legitimação antecipada de tal processo, sujeitando a
integridade individual à prática de iniciativas
pioneiras insuficientemente estudadas.
Ainda que esta
iniciativa procure libertar o sexo feminino da pressão biológica, em prol da
sua carreira, as tentativas de parar o relógio biológico estão muito além das
capacidades presentes na humanidade. Tudo isto se resume a uma inconsciente
procura pelo desequilíbrio da Natureza, dando-se um passo maior do que aquele
que se encontra ao alcance do Homem.
Os objetivos
destas duas gigantes empresas são claros e obviamente lucrativos e evolutivos.
Mas, até que ponto serão ignorados os valores e ideais humanos, tal como o
equilíbrio da Natureza, devido à ignorância e inconsciência mundial na procura incansável
da evolução? Como pode ser a evolução tão importante se, sem vida, não
existiria o que evoluir?...