quarta-feira, 22 de novembro de 2017

O psiquiatra Daniel Sampaio - breve nota biográfica e bibliográfica (1)

Imagem retirada daqui: https://www.facebook.com/professorDanielSampaio/

A possibilidade de o Professor Daniel Sampaio vir à nossa escola é o pretexto para começarmos a falar de alguém que é já uma referência na História da Psiquiatria em Portugal, mas que se tem evidenciado muito para além do seu espaço de trabalho e de investigação. No âmbito da sua especialidade médica destaca-se, nomeadamente, pela implementação no Hospital de Santa Maria de consultas de atendimento a jovens adolescentes, faixa etária relativamente esquecida na área da Saúde Mental em Portugal. No âmbito da sua atividade como escritor destaca-se pela sua obra em que aborda temas diversos, de que sublinho os relativos à adolescência e às suas dificuldades, em registos variados que incluem quer a descrição e análise de casos da sua experiência clínica, quer ficção. Além disso, tem tido colaboração regular na imprensa escrita (foi até há bem pouco tempo cronista do jornal "Público") e uma grande sensibilidade para o problema dos jovens no contexto escolar, o que o fez deslocar-se também às escolas para partilhar o seu saber e experiência. Terá sido esta, inclusivamente, uma das razões para o facto de haver um Agrupamento de Escolas com o seu nome.

Podemos encontrar aqui a referência a grande parte das suas obras acompanhadas de um pequeno resumo:
https://www.danielsampaio.org/obras/


Serão os robôs os cidadãos do futuro?

Esta é a questão proposta este ano pela Associação Portuguesa de Ética e Filosofia Prática como tema para o Ensaio em Ética e Filosofia Prática, que já vai na sua 5ª edição.  


Os alunos podem concorrer até 30 de abril e o Regulamento pode ser consultado aqui:
 http://files.apefp2.webnode.pt/20000161429a482a9b4/REGULAMENTO%20DO%20PR%C3%89MIO%20NACIONAL%20V%20EDI%C3%87%C3%83O%20ENSAIO%20DE%20%C3%89TICA%20E%20FILOSOFIA%20DA%20APEFP.pdf

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Exame Nacional de Filosofia 2018, Informação-Prova

O IAVE já publicou a Informação-Prova relativa ao Exame Nacional de Filosofia a realizar em 2018.




É possível consultar aqui:

http://provas.iave.pt/np4/file/163/IE_EX_Fil714_2018.pdf


Ensaio Filosófico no Ensino Secundário

Pela quarta vez, a Associação de Professores de Filosofia, agora em parceria com a Rede de Bibliotecas Escolares, lançou para este ano no passado dia 16 de novembro, Dia Mundial da Filosofia, o Concurso Ensaio Filosófico no Ensino Secundário.

Aqui fica a imagem e a informação retirada de http://blogue.rbe.mec.pt/ensaio-filosofico-no-ensino-secundario-2123350


Promovido pela Associação de Professores de Filosofia (ApF), em parceria com a Rede de Bibliotecas Escolares, o concurso Ensaio Filosófico no Ensino Secundário, que se dirige a todos os alunos do ensino secundário público e privado, visa a promoção do interesse pela escrita e reflexão filosóficas, a consolidação de competências em literacia da informação, para além de evidenciar a importância da disciplina de Filosofia na formação geral dos alunos e de divulgar o trabalho nas escolas com este nível de ensino.

Qualquer esclarecimento adicional pode ser solicitado através do seguinte endereço eletrónico: dir.apfilosofia@gmail.com.


quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Dia Mundial da Filosofia 2017


Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO
por ocasião do Dia Mundial da Filosofia
16 de novembro de 2017
A filosofia é uma disciplina apaixonante, é também uma prática quotidiana que pode transformar as sociedades. Ao permitir a descoberta da diversidade das correntes intelectuais no mundo, a filosofia estimula o diálogo intercultural. Ao despertar mentes para o exercício do pensamento e para o confronto racional de opiniões, a filosofia contribui para a construção de uma sociedade mais tolerante e respeitadora.
Para a UNESCO, é também uma forma de promover o potencial criativo da humanidade e de fazer emergir novas ideias. A filosofia cria condições intelectuais de mudança, de desenvolvimento sustentável e de paz.
A Conferência Mundiais das Humanidades, que teve lugar na Bélgica em agosto de 2017, delineou linhas orientadoras para o ensino das Humanidades. A UNESCO partilha esta visão, destacando novas práticas que, nos últimos anos, revolucionaram esta disciplina, junto dos mais jovens, incluindo fora das escolas, nos novos media, e também a forma como os filósofos atualmente utilizam o desenho, a música e a cultura visual.
Pascal escreveu “O Homem é apenas um junco (…), mas um junco que pensa. (…) Toda a nossa dignidade consiste, portanto, no pensamento”. Ainda hoje, a filosofia é um baluarte contra a limitação de opiniões, uma forma de cultivar a distância crítica face à saturação da informação e à retórica simplista que procura colocar as culturas umas contra as outras. Existe uma necessidade urgente de filosofia. Esta não nos dá respostas, mas permite-nos fazer as perguntas certas. Convida-nos, nas palavras do poeta Rabindranath Tagore, a “emergir dos limites da nossa sensibilidade e visão mental para uma maior liberdade”. A oportunidade deve ser aproveitada, apelo assim a todos os Estados-membros para que alimentem esta mensagem, que está no cerne do mandato da UNESCO.
Audrey Azoulay
retirado de https://www.unescoportugal.mne.pt/pt/noticias/522-dia-mundial-da-filosofia-2 

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Padre Vítor Melícias em Torres Vedras


imagem retirada de http://www.oribatejo.pt/2015/12/02/vitor-melicias-apresenta-as-santas-casas-rosto-da-misericordia-no-cijvs/

Não parece ser grande notícia!! O padre Vítor Melícias é originário deste concelho e tem, inclusivamente, uma escola com o seu nome. Só que, desta vez, vai proferir uma palestra que tem como público privilegiado os alunos de Filosofia do ensino secundário, muito particularmente, os alunos da nossa escola. O título é "A Paz faz a diferença" e decorrerá na próxima 5ª feira, dia 16 de novembro, no Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras. Esta atividade é promovida pelo Rotary Club de Torres Vedras em parceria com o Grupo Disciplinar de Filosofia da nossa escola, que a integra na celebração do Dia Mundial da Filosofia, e conta também com a valiosa colaboração dos alunos do Curso Profissional de Turismo (à semelhança do que aconteceu o ano passado). O Dia Mundial da Filosofia é promovido pela Unesco desde 2002 e este ano acontece no dia 16 de novembro.
Acreditamos que é importante para a formação ética, cívica e política dos alunos participarem em eventos deste tipo e poderem dar-se conta que alguns dos problemas aflorados nas aulas podem ser equacionados e debatidos fora dela; que a escola é um lugar de saber, de aprendizagem e de educação e também, ou por isso mesmo, um espaço de abertura ao mundo onde todos vivemos e aos problemas que nele surgem.
O problema da paz, neste início de século que ainda guarda bem viva a tragédia das duas grandes guerras mundiais do século XX, continua a estar em aberto. Perante a permanente conflitualidade de que temos conhecimento entre diferentes povos, Estados e por todo o mundo, perante os atos terroristas que nos ameaçam de perto, é importante que sejamos capazes de pensar o que podemos fazer para enfrentar estas ameaças e evitar que a barbárie invada o nosso quotidiano e nos prive da possibilidade de uma vida em segurança e em liberdade.

"A EUROPA TEM QUE VOLTAR A SER A CASA DA PAZ E NÃO A EUROPA DE CADA UM"
Estas foram palavras de Vítor Melícias numa entrevista à RTP em 2011 (ver aqui: https://oinsurgente.org/2011/08/30/politica-e-economia/.)
Não sei se as repetirá agora, mas não me parecem desajustadas...

Voltaremos a dar notícia deste evento.



terça-feira, 14 de novembro de 2017

A importância da filosofia

    
    Agradecemos ao M. Silvestre este texto que publicamos. Para o nosso aluno, a importância da filosofia reside no questionar e podemos dizer que a filosofia responde à necessidade humana de entender e compreender o mundo. Parafraseando o filósofo espanhol Miguel Unamuno, diremos que a necessidade de filosofar é a mesma necessidade que o peixe tem de nadar ou que o pássaro tem de voar...



imagem retirada de http://www.abimaelcosta.com.br/2012/07/ponto-de-interrogacao.html

"A filosofia é um estudo que, embora bastante presente no nosso quotidiano, é muitas vezes ignorado. Porém, o que é a filosofia?
A filosofia é um conceito por si só abstrato e de infinitas interpretações, dependendo do indivíduo que a tente definir. Segundo Lacroix, "a filosofia é o pensamento segundo", se tivermos em conta a opinião de Descartes, "filosofar é ir além das aparências" ou ainda, ouvindo Jaspers, "filosofar é estar a caminho". No entanto, a definição que gera a maior unanimidade é aquela em que nos cingimos ao mero aspeto linguístico da palavra; filosofia vem do grego "philosophia", significando "amor pela sabedoria".
Para mim, a filosofia é o escrutínio de todos os problemas que o ser humano coloca a si próprio, sejam eles sobre a sua existência ou o porquê de nos comportarmos como comportamos.
Ora, é aí que reside, na minha humilíssima opinião, a importância da filosofia, no questionar. Sem este instinto humano de questionar tudo aquilo que vemos, ouvimos, sentimos ou pensamos, que seríamos nós senão bestas animais, apenas nos preocupando com a nossa sobrevivência?
Com a filosofia, o ser humano fica ciente de si, tentando aperceber-se do seu lugar e do seu propósito no mundo, tentando arranjar respostas para vários "comos" ou "porquês", tentando ser mais do que contente.
Porém, alguns hão de objetar: "Não será a filosofia uma menos-valia para o ser humano? Sem tantos problemas com que nos apoquentar, não seríamos mais felizes?"
De facto, a ideia de um ser humano sem problemas, possuidor de todo o conhecimento é utópica. No entanto, tal como as utopias tal ideia não passa disso, uma ideia. Para além disso o conceito de um ser humano que não consegue sentir infelicidade é, por si só, infeliz, pois a felicidade é um resultado da existência da infelicidade (ou seja, se nos conseguimos sentir felizes é porque, a dada altura, já nos sentimos infelizes) sendo impossível a existência de felicidade eterna.
Concluo então que a filosofia é fundamental à existência do ser humano racional, pensador e independente, sendo impossível a nossa existência como a conhecemos hoje sem o existir da filosofia."

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Mensageira da Paz

Malala Youzafsai, de quem já falamos por ocasião da atribuição do Prémio Nobel da Paz em 2014 (ver o nosso post de 12 de outubro, 2014) foi nomeada Mensageira da Paz da ONU pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no passado dia 10 de abril do corrente ano, a mais jovem mensageira até à data.
Relembramo-la agora a propósito da palestra a que vamos assistir com os nossos alunos, no próximo dia 16 de novembro, a ser proferida pelo Padre Vítor Melícias com o título"A Paz faz a diferença". Nesse dia, teremos também o testemunho de um jovem torreense a começar os primeiros passos numa carreira de investigação internacional.
Estamos, portanto, entre jovens!!! Para quem a paz faz toda a diferença!


António Guterres e Malala Yousafzai – Foto: Eskinder Debebe/ONU
«Ao descrevê-la como “símbolo da coisa mais importante do mundo, a educação para todos”, ele concedeu a honra numa cerimónia na sede da ONU em Nova Iorque. Malala, que foi atingida por tiros do Talibã em 2012 por frequentar aulas, é a Mensageira da Paz mais jovem da ONU e a primeira a ser designada pelo secretário-geral desde que ele assumiu o cargo, em janeiro deste ano. A jovem paquistanesa tem 19 anos.
Malala ressaltou a importância da educação, especialmente para meninas, para o avanço das comunidades e sociedades. “(A mudança) começa connosco e deve começar agora. Se você quer ter um futuro brilhante, você precisa começar a trabalhar agora e não esperar por ninguém mais”, afirmou.
Os Mensageiros da Paz são indivíduos renomados, cuidadosamente selecionados dentro dos campos da arte, literatura, ciência, entretenimento, desporto e outras áreas da vida pública, que concordam em ajudar a chamar atenção do mundo para o trabalho da Organização das Nações Unidas. Recebendo a maior honraria concedida pelo secretário-geral, estas personalidades trabalham voluntariamente com seu tempo, talento e paixão para sensibilizar e consciencializar para os esforços da ONU em melhorar a vida de bilhões de pessoas em todo o mundo.»
retirado de https://nacoesunidas.org/malala-yousafzai-e-a-mensageira-da-paz-mais-jovem-na-historia-da-onu/

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

A estranha ordem das coisas


O neurocientista português António Damásio, há muitos anos radicado nos EUA, lançou o seu último livro no passado dia 31 de outubro (ontem, portanto) no Pavilhão Gimnodesportivo da Escola que tem o seu nome, a Escola Secundária António Damásio, em Lisboa, na zona dos Olivais. 


Na apresentação deste livro e nas entrevistas que deu à comunicação social, António Damásio faz um conjunto de relações entre a biologia e a cultura, entre as emoções, os sentimentos e os comportamentos humanos, entre a vida ( no sentido biológico) e a vida das comunidades (no sentido cultural social) que mostram bem a riqueza e fecundidade do seu pensamento. Além disso, António Damásio apresenta-se com uma afabilidade e naturalidade invulgares, conseguindo traduzir num discurso claro e acessível um trabalho de investigação científica de ponta.
Aspetos da sua teoria integram já os programas escolares e os casos Phineas Gage e Elliot são o ponto de partida para se poder compreender o modo como se ligam processos emocionais e decisões racionais. O seu trabalho, desenvolvido nos EUA, é internacionalmente reconhecido e grande parte da sua teoria é já tomada como uma conquista científica inultrapassável. Acontece com Damásio o que acontece com todos os grandes, pensa-se diferente depois dele, pensa-se a partir dele. 
Tenho andado sempre à espera de ver um post escrito por um aluno, mas acabei por não resistir. Este livro foi a gota de água...

Imagem de Rui Gaudêncio retirada de https://www.publico.pt/2017/10/31/ciencia/noticia/sem-educacao-os-homens-vao-matarse-uns-aos-outros-diz-antonio-damasio-1791034

Deixo aqui parte da entrevista dada ao jornal Público:


"Este livro é uma continuação de O Erro de Descartes, 22 anos mais tarde. Em ‘O Erro de Descartes’ havia uma série de direcções que apontavam para este novo livro, mas não tinha dados para o suportar”, explicou António Damásio, referindo-se ao famoso livro que, nos finais da década de 90, veio demonstrar como a ausência de emoções pode prejudicar a racionalidade.
O autor referiu que aquilo que fomos sentindo ao longo de séculos fez de nós o que somos hoje, ou seja, os sentimentos definiram a nossa cultura. António Damásio disse que o que distingue os seres humanos dos restantes animais é a cultura: “Depois da linguagem verbal, há qualquer coisa muito maior que é a grande epopeia cultural que estamos a construir há cem mil anos.”
O neurocientista acredita que o sentimento – que trata como “o elefante que está no meio da sala e de quem ninguém fala” – tem um papel único no aparecimento das culturas. “Os grande motivadores das culturas actuais foram as condições que levaram à dor e ao sofrimento, que levaram as pessoas a ter que fazer alguma coisa que cancelasse a dor e o sofrimento”, acrescentou António Damásio.“Os sentimentos, aquilo que sentimos, são o resultado de ver uma pessoa que se ama, ou ouvir uma peça musical ou ter um magnífico repasto num restaurante. Todas essas coisas nos provocam emoções e sentimentos. Essa vida emocional e sentimental que temos como pano de fundo da nossa vida são as provocadoras da nossa cultura.”
No novo livro o autor desce ao nível da célula para explicar que até os microrganismos mais básicos se organizam para sobreviverem. Perante uma plateia com centenas de alunos, o investigador lembrou que as bactérias não têm sistema nervoso nem mente mas “sabem que uma outra bactéria é prima, irmã ou que não faz parte da família”.Perante uma ameaça, como um antibiótico, “as bactérias têm de trabalhar solidariamente”, explicou, acrescentando que, se a maioria das bactérias trabalha em prol do mesmo fim, também há bactérias que não trabalham. “Quando as bactérias (trabalhadoras) se apercebem que há bactérias vira-casaca, viram-lhes as costas”, concluiu o neurocientista, sublinhando que estas reacções são ao nível de algo que possui “uma só célula, não tem mente e não tem uma intenção”, ou seja, “nada disto tem a ver com consciência”.
E é perante esta evidência que o investigador conclui que “há uma colecção de comportamentos – de conflito ou de cooperação – que é a base fundamental e estrutural de vida”.
Durante o lançamento do livro, o investigador usou o exemplo da Catalunha para criticar quem defende que o problema é uma abordagem emocional e não racional: “O problema é ter mais emoções negativas do que positivas, não é ter emoções.”





sexta-feira, 14 de julho de 2017

Ciência e Filosofia (4)

Continuação das publicações anteriores:


"Em relação aos planos inclinados, os alunos explicaram a experiência de Galileu, que implicou a montagem representada na seguinte figura: 


Esta experiência consistiu em ir baixando sucessivamente a inclinação do segundo plano inclinado e, a partir daí, Galileu reparou que independentemente da inclinação do segundo plano, a bola atingia sempre o topo. Assim, Galileu deduziu que se o plano fosse horizontal (em vez de inclinado) a bola iria permanecer sempre em movimento e só iria devido à existência de alguma força de atrito ou contacto com algum obstáculo. Deste modo, Galileu, ao contrariar Aristóteles (que afirmava que um corpo em movimento acabaria eventualmente por parar) mostrou mais uma vez a sua irreverência e ideias revolucionárias que na altura não foram aceites, mas que atualmente são imprescindíveis no que diz respeito ao conhecimento dos fenómenos que ocorrem no mundo.

Os alunos terminaram a sua apresentação focando a seguinte passagem do poema, uma vez que esta se relacionava com a sua apresentação:

foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do quadrado dos tempos.


Joseph-Nicolas Robert-Fleury, (1797-1890) Galileu perante o Tribunal do Santo Ofício
                Por fim, a professora agradeceu a presença de todos os elementos presentes, nomeadamente aos alunos que participaram na apresentação dos conteúdos focados durante o encontro e à professora dos alunos do 11ºJ, que disponibilizou o seu tempo de aula.


Considerámos este encontro extremamente enriquecedor, uma vez que permitiu aos alunos dos diferentes cursos apreender noções importantes não só relacionados com o seu curso, mas também sobre os fenómenos da Natureza." 

Relatório dos alunos Zhu Yuwei e Daniel Silva, 11º B


Nota - Esta atividade de âmbito interdisciplinar permitiu que alunos de Cursos diferentes, o 11ºB de Ciências e Tecnologias e o 11º J de Línguas e Humanidades, comunicassem entre si a partir da disciplina comum de Filosofia. Foi uma atividade integrada no Projeto Leituras Entrelaçadas da BECRE da Escola Secundária de Madeira Torres. Contou com a colaboração da professora Paula Gonçalves, professora de Física e Química do 11ºB, e das professoras Manuela Catarino e Beatriz Duarte, professoras de História e de Português, respetivamente, dos alunos do 11ºJ. De relevar a participação dos alunos do 11º B, João Ramalho, Mariana Feliciano e Joana Bezerra. 

Ciência e Filosofia (3)

(continuação das duas publicações anteriores)


"Este poema é sobre a vida de um dos "gigantes da física" – Galileu Galilei que viveu no século XVII. Galileu é considerado por muitos o pai da ciência moderna porque foi o primeiro a combinar observação experimental com a descrição dos fenómenos num contexto teórico, com leis expressas em formulação matemática. Pode dizer-se que Galileu marcou a transição da filosofia natural da Antiguidade ao método científico atual. Durante a sua vida, dedicou-se aos estudos relacionados com a Física, sendo esta uma ciência extremamente importante para o homem e para a evolução. Teve o início na Grécia Antiga, onde os filósofos procuravam entender o funcionamento da dinâmica do planeta Terra e seus fenómenos.

No contexto desta afirmação
, a professora apresentou o exemplo de Tales de Mileto, que foi considerado o primeiro filósofo pelo facto de buscar explicações de todas as coisas através de um princípio ou origem causal (archea), diferentemente do que os mitos antes mostravam. Tales acreditava que os mitos não eram suficientemente esclarecedores e, como tal, procurava uma explicação racional para entender o mundo à sua volta. Essa busca racional pela verdade marca o início da Filosofia.
De seguida, os alunos do 11ºB iniciaram a explicação sobre algumas estrofes importantes no poema.

- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação-
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.


Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?

            Os alunos começaram por esclarecer que, segundo Galileu, dois objetos pequenos, compactos e com pesos distintos lançados a uma curta distância, atingiriam o chão à mesma velocidade, o que se refere a uma queda livre. Tal deve-se ao facto de a única força a atuar neles ser a força gravítica (uma força à distancia que a Terra exerce sobre sobre o nosso corpo), ou seja, a resistência do ar neste caso é desprezável. O movimento é o movimento uniformemente acelerado na descida e uniformemente retardado na subida, uma vez que a aceleração é a aceleração gravítica (cujo valor é 10m/s2), o que implica que velocidade aumente 10 metros em cada segundo durante uma descida e diminua 10 m/s numa subida. Os aprendizes apresentaram ainda a experiência que prova a conclusão de Galileu, que consistia em calcular a variação da aceleração através da expressão a=V/t (a variação de aceleração é igual à variação de velocidade a dividir pela variação de tempo). A variação de velocidade é, por sua vez, determinada pela distância que o objeto percorre entre duas células fotoelétricas. Neste caso, é espectável verificar que a aceleração dos diferentes objetos sejam bastante próximas e é idêntica à aceleração gravítica."
                                                                                                         
(continua)