Algumas das experiências de Harlow estão acessíveis, felizmente, no youtube. Deixo aqui o que foi visionado em aula e que serviu de base à nossa análise.
Como vimos, Harlow construiu dois modelos maternais, duas "mães": uma de arame dotada de um biberão (fornecia alimento) e outra de pano, sem biberão, tendo observado o comportamento e o desenvolvimento do macaco bebé neste contexto artificial. Antes das experiências registadas nestes videos, Harlow já tinha descoberto a importância do conforto-contacto no desenvolvimento do bebé macaco. São dele estas palavras: "Ficámos impressionados com a possibilidade de, acima e para além da fonte borbulhante do seio ou do biberão, o conforto-de-contacto poder ser uma variável muito importante no desenvolvimento da afeição do bebé pela mãe" (Harlow, in ob. cit. p. 84). As experiências registadas nestes videos visam testar a hipótese de que o importante para o desenvolvimento, sob múltiplos aspetos que denominaremos "psicológicos", não é o alimento, mas o contacto, o calor, o conforto do corpo materno, o que será denominado a variável "conforto-contacto".
Neste video que, por comodidade de análise, dividimos em três partes, a primeira (correspondente sensivelmente ao primeiro minuto) é completamente esclarecedora a este respeito. Chamemos-lhe Situação 1 - Observação do comportamento do macaco bebé perante a mãe de arame e a mãe de pano. "A mãe de arame é biologicamente adequada mas psicologicamente inapta" (ob. cit. p.88)
E o amor é...ouvimos Harlow responder ao entrevistador "segurança".
Situação 2 - Observação do comportamento do macaco bebé perante um estímulo indutor de medo (minutos 2-3). "Uma função da verdadeira mãe, quer seja humana ou não humana, e presumivelmente do modelo maternal é providenciar um clima de segurança à criança, nos momentos de perigo e de medo" (ob. cit.p.88)
Situação 3 - Observação do comportamento do macaco bebé numa situação estranha ou ambiente desconhecido dotado de estímulos indutores de curiosidade ou de comportamento exploratório (minutos 2 -3)
Só na presença da mãe, fonte de segurança, "exploravam e manipulavam um estímulo e então voltavam à mãe antes de se aventurarem outra vez no novo mundo desconhecido. O comportamento destes bebés era bastante diferente quando a mãe estava ausente do quarto." (ob cit. pp 90-91).