terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem 66 anos

A Segunda Guerra Mundial tinha alastrado de 1939 até 1945, e à medida que o final se aproximava, cidades por toda a Europa e Ásia estendiam–se em ruínas e chamas. Milhões de pessoas estavam mortas, milhões mais estavam sem lar ou a passar fome. As forças russas estavam a cercar o remanescente da resistência alemã na bombardeada capital alemã de Berlim. No Oceano Pacífico, os fuzileiros estado–unidenses ainda combatiam firmemente as forças japonesas entrincheiradas em ilhas tais como Okinawa.
Em abril de 1945, delegados de cinquenta países reuniram–se em San Francisco cheios de optimismo e esperança. O objectivo da Conferência das Nações Unidas na Organização Internacional era formar um corpo internacional para promover a paz e prevenir futuras guerras. Os ideais da organização foram declarados no preâmbulo da sua carta de proposta: “Nós os povos das Nações Unidas estamos determinados a salvar as gerações futuras do flagelo da guerra, que por duas vezes na nossa vida trouxe incalculável sofrimento à Humanidade”.
A Carta da nova organização das Nações Unidas entrou em efeito no dia 24 de outubro de 1945, uma data que é comemorada todos os anos como o Dia das Nações Unidas.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)
A Declaração Universal dos Direitos do Homem tem inspirado um número de outras leis e tratados de direitos humanos em todo o mundo.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem tem inspirado um número de outras leis e tratados de direitos humanos em todo o mundo.
Em 1948, a nova Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas tinha captado a atenção mundial. Sob a presidência dinâmica de Eleanor Roosevelt, a viúva do presidente Franklin Roosevelt, uma defensora dos direitos humanos por direito próprio e delegada dos Estados Unidos nas Nações Unidas, a Comissão elaborou o rascunho do documento que viria a converter–se na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Roosevelt, creditada com a sua inspiração, referiu–se à Declaração como a Carta Magna internacional para toda a Humanidade. Foi adotada pelas Nações Unidas no dia 10 de dezembro de 1948.
No seu preâmbulo e no Artigo 1.º, a Declaração proclama inequivocamente os direitos inerentes de todos os seres humanos: “O desconhecimento e o desprezo dos direitos humanos conduziram a atos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade, e o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem... Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.”
Os Estados Membros das Nações Unidas comprometeram–se a trabalhar uns com os outros para promover os trinta artigos de direitos humanos que, pela primeira vez na história, tinham sido reunidos e codificados num único documento. Em consequência, muitos destes direitos, de várias formas, são hoje parte das leis constitucionais das nações democráticas.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Ensaio Filosófico

Recebemos da APF a seguinte informação:

«A APF, Associação de Professores de Filosofia, irá promover, no presente ano letivo, o concurso Ensaio filosófico no ensino secundário, dirigido a todos os alunos do ensino secundário público e privado português, com as seguintes finalidades: promover nos jovens o interesse pela escrita e reflexão filosófica sobre problemas atuais; valorizar o ensino da filosofia no ensino secundário e contribuir para a divulgação do trabalho realizado na escolas».





O regulamento do concurso pode ser consultado em www.apfilosofia.org.

sábado, 22 de novembro de 2014

Perdido na filosofia?



Tantos nomes, tantos filósofos! Ora são de um século ora são de outro, ora são da Antiguidade ora são de hoje!!!
Saltamos de um século para outro em 5' se for preciso, que a velocidade do pensamento é maior do que a da Internet!
Pode dar jeito ter uma mapa destes, para de vez em quando verificarmos onde se situa no tempo o filósofo de quem falamos.


Infographic: History of Philosophy


Retirado de http://www.visualistan.com/2014/10/history-of-philosophy-infographic.html

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Dia Internacional da Filosofia (5) - Da importância das perguntas e do rigor dos conceitos - Da diferença entre "generosidade" e "solidariedade"



As perguntas orientam-nos acerca daquilo que queremos saber. Iluminam o horizonte. Mas só os conceitos nos dão o rigor e a precisão que permitem distinguir os objetos.


Como é que este texto nos pode fornecer instrumentos conceptuais para debater e ser capaz de pensar melhor?

      Ser solidário é defender os interesses do outro, certo, mas porque eles são também - diretamente ou indiretamente - os meus. Agindo para ele, eu ajo também para mim: porque temos os mesmos inimigos ou os mesmos interesses, porque estamos expostos aos mesmos perigos ou aos mesmos ataques. Assim o sindicalismo, a segurança ou a fiscalidade. Quem se julgaria generoso por estar bem seguro, por estar sindicalizado ou por pagar os seus impostos? É que a generosidade, é outra coisa: é defender os interesses dos outros, mas não porque eles são também os meus; é defendê-los mesmo quando não os partilho(...). Agindo para ele, não ajo para mim: não está excluída a possibilidade de eu perder alguma coisa, é mesmo o mais frequente. Como guardar aquilo que se dá? Como dar o que se guarda? Isso não seria dom, mas troca: já não seria generosidade mas solidariedade.
       A solidariedade é um modo de defesa de vários; a generosidade, no limite, uma maneira de se sacrificar a si, pelos outros.  É por isso que a generosidade, moralmente, é superior; é por isso que a solidariedade, socialmente, politicamente, é mais urgente, mais realista, mais eficaz. Ninguém se quotiza na Segurança Social por generosidade. Ninguém paga os seus impostos por generosidade. (...)  
     (...) Ninguém respeita a lei por generosidade. Ninguém é cidadão por generosidade. Mas o direito e o Estado fizeram mais pela justiça ou a liberdade, do que os bons sentimentos.  
         Solidariedade e generosidade não são, no entanto, incompatíveis: ser generoso não impede ser solidário; ser solidário não impede ser generoso. Mas elas não são também equivalentes, e é por isso que nenhuma delas é suficiente nem pode substituir a outra.(...)
       Generosidade: virtude moral. Solidariedade: virtude política. A grande tarefa do Estado é a regulação e a socialização dos egoísmos. É por isso que ele é necessário. É por isso que ele é insubstituível. A política (...) é o reino das relações de força e das opiniões, dos interesses e dos conflitos de interesses.
                                   Comte- Sponville, Présentations de la philosophie, Paris, Albin Michel, 2000                                                                                                         (tradução da nossa responsabilidade)

Dia Internacional da Filosofia (4)

(continuação do post anterior)

Perguntas para lançar o debate



Porque é que as Seguradoras no Dubai não incluem estas situações?
Porque é que no Dubai não existe um sistema nacional de saúde, como acontece em Portugal e na generalidade das sociedades ocidentais?
Qual é a finalidade do Estado?
Quais devem ser as funções do Estado?

Dia Internacional da Filosofia (3)


Esta notícia (16/11/2014) é o nosso ponto de partida.


Esta notícia  dá que pensar.

Margarida, a bebé portuguesa que nasceu prematura no Dubai e cujos pais fizeram um pedido público para pagar o seu internamento, morreu esta manhã.A bebé, carinhosamente tratada por Gui, nasceu prematura de 25 semanas com 410 gramas, depois de a mãe ter tido pré-eclampsia. Eugénia e Gonçalo Queiroz, os pais da menina que são emigrantes no Dubai, não tinham um seguro de saúde que abrangesse as despesas médicas, já que nos Emiratos Árabes Unidos as seguradoras não fazem apólices a bebés com poucas hipóteses de sobrevivência.Em Portugal, gerou-se uma onda de solidariedade para ajudar os pais a pagar a conta do hospital. Uma página no Facebook  - "Vamos ajudar a Genny e a Gui", conseguiu ajudar a angariar mais de cem mil euros. Até Cristiano Ronaldo pediu às pessoas para colaborarem no pagamento de despesas da bebé.




Hoje comemora-se o Dia Internacional da Filosofia (2)

http://www.unesco.org/new/fr/social-and-human-sciences/themes/philosophy/philosophy-day-at-unesco/


A Conferência Geral da UNESCO convenceu-se que a "institucionalização do Dia da Filosofia na UNESCO num 'Dia Internacional da Filosofia' daria um reconhecimento e um forte impulso a favor da filosofia, e em particular a favor do ensino da filosofia no mundo".
A UNESCO encabeça o Dia Mundial da Filosofia - mas não o possui. Este dia pertence a todos aqueles que, em qualquer lado, apreciam a filosofia. 

retirado de http://fr.unesco.org/events/journ%C3%A9e-mondiale-philosophie-2014, tradução da nossa responsabiidade

         Continuaremos a dar notícias!!!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Dia Internacional da Filosofia 2014 (1)

 Este é comemorado em data móvel, todos os anos, na terceira quinta-feira do mês de novembro. Em 2014 acontece no dia 20 de novembro subordinado ao tema 

As transformações sociais e o diálogo intercultural


imagem retirada de http://www.unesco.org/new/fr/unesco/events/prizes-and-celebrations/celebrations/international-days/world-philosophy-day-2014/
Mensagem de Irina Bokova, Diretora-Geral da UNESCO

O Dia Internacional da filosofia é a ocasião de reafirmar a importância do pensamento crítico para apreender as transformações das sociedades contemporâneas. A mudança impulsiona-nos a inventar novas maneiras de viver em conjunto e de construir sociedades mais justas. Mas pode também minar a confiança, fazer nascer tensões.
Neste contexto, a filosofia é uma aliada preciosa que assenta no raciocínio reflexivo e na prática do diálogo pelo qual nos abrimos à diversidade das opiniões e das perspetivas. Este exercício de descentramento é essencial num mundo de diversidade. É ao mesmo tempo o fundamento da tolerância e da paz, e um método para libertar a energia criativa que faz avançar as sociedades, no respeito pelos direitos humanos.
Excerto da mensagem de Irina Bokova, Diretora-Geral da UNESCO, em tradução da nossa responsabilidade, que pode ser integralmente lido em http://www.unesco.org/new/fr/unesco/events/prizes-and-celebrations/celebrations/international-days/world-philosophy-day-2014

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Hoje é o Dia Internacional da Generosidade

Não, não estamos a falar de vinhos... Sim, porque há os vinhos ditos generosos! É que, em latim, generosus significa de «boa raça», de «boa qualidade». 
Mas também significa «nobre», «magnânimo».

Então, o que é ser uma pessoa generosa? 


Qual a diferença entre ser generoso, ser caritativo ou ser solidário?


Ser generoso é um bem. Para nós ou para os outros?


Lemos em René Descartes, o grande filósofo francês do século XVII, no Art.153 do seu Tratado das Paixões da Alma,


             ...Creio que a generosidade pela qual um homem se estima ao mais alto ponto a que pode legitimamente estimar-se consiste apenas, por um lado, em conhecer que nada verdadeiramente lhe pertence (...).

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Mais notícias sobre o cérebro!!

Um neurónio, uma função? Afinal o cérebro faz multitasking!

2014-11-10

O que acontece no caso das funções cerebrais superiores?
Um novo estudo, publicado hoje na revista científica Nature Neuroscience, revela que o multitasking de comportamentos se reflecte na actividade de uma área específica no cérebro.

Até agora acreditava-se que neurónios individuais codificavam funções individuais. Isto é de facto o que acontece nas chamadas áreas sensoriais primárias do cérebro, onde a entrada de sinais sensoriais, tais como uma cor ou um som, são representados por populações específicas de neurónios. Mas o que acontece no caso das funções cerebrais superiores, como é o caso da tomada de decisões, que exigem a integração de diferentes tipos de informação?     

David Raposo trabalha actualmente no laboratório de Anne Churchland (na foto)
O córtex parietal posterior (CPP) é uma região do cérebro que tem sido implicada em vários tipos de funções cognitivas mais complexas, tais como a tomada de decisões, juízos de valor ou a atenção e selecção de uma acção. Neste estudo, os investigadores colocaram a seguinte questão - "Será que no CPP, existem populações de neurónios especializados, que sejam específicos para cada comportamento? Ou, alternativamente, será que existe uma única população de neurónios que para suportar os múltiplos comportamentos faz multitasking? " Este estudo revela que a última hipótese parece ser a correcta.

"Ao registarmos a actividade dos neurónios no CPP de ratos enquanto eles estavam a desempenhar uma tarefa que combinava luz, som e tomada de decisões, conseguimos perceber que esta população de neurónios estava a fazer multitasking", explica David Raposo, estudante do International Neuroscience Doctoral Programme (INDP), da Fundação Champalimaud, a trabalhar no laboratório liderado por Anne Churchland em Cold Spring Harbor Laboratory, Nova Iorque. "Alguns dos neurónios tinham actividade fortemente modulada pela escolha do animal, pelo estímulo, ou, muitas vezes, por ambos os parâmetros."

"Com este estudo, revelámos que a população neuronal no CPP é essencialmente livre de categoria, ou seja, estes neurónios conseguem representar qualquer combinação de recursos", explica David Raposo. "Esta observação aponta para uma nova forma de codificação de informações, que poderá ser uma maneira de garantir que as respostas dos neurónios sejam suficientemente flexíveis para suportarem diferentes comportamentos."


Córtex parietal posterior indicado a azul na imagem
Uma analogia simples para explicar como uma população de unidades livres de categoria pode ser usado para codificar várias respostas é a projecção de imagem numa tela. Cada pixel é capaz de responder à entrada de diferentes combinações de vermelho, azul e verde. Cada pixel na tela é capaz de assumir diferentes cores dependendo do sinal que recebe e criar diferentes imagens. Ora, os neurónios do CPP também conseguem responder a diferentes tipos de entrada de sinal e gerar diferentes comportamentos.

"As nossas observações vão mudar a maneira como as pessoas pensam sobre como a actividade dos neurónios está na base de diversos comportamentos. Este trabalho sugere que uma rede única de neurónios pode suportar as exigências colocadas pela constante evolução de comportamento de tomada de decisão",
 conclui Raposo



Retirado de http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=59596&op=all