Dinamizado pelo Grupo Disciplinar de Filosofia da Escola Secundária de Madeira Torres, este blogue abre um espaço de comunicação e de partilha em torno do saber, da cultura e dos problemas do Mundo Contemporâneo. Promove uma perspetiva interdisciplinar do conhecimento e o desenvolvimento de uma cidadania ativa. Pretende dar voz, especialmente, aos alunos, mas encontra-se aberto à colaboração da Comunidade Escolar. E-Mail de contacto: espacocriticomt@gmail.com
sexta-feira, 18 de novembro de 2022
Festival de Filosofia de Abrantes (5ª edição)
E SE FOSSE EU? FAZER A MOCHILA E PARTIR - A proposta da APF para o Dia Mundial da Filosofia
Sob o signo do tema do dia Mundial da Filosofia
![]() |
Imagem retirada de: https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/artifact/refugees-suitcase |
"A Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), em colaboração com a Direção-Geral da Educação (DGE), o Alto Comissariado para as Migrações, I.P. (ACM, I.P.) e o Conselho Nacional de Juventude (CNJ) encontram-‑se a preparar o lançamento de “E se fosse eu? Fazer a mochila e partir”, uma iniciativa de sensibilização das crianças e dos jovens para as dificuldades pelas quais os refugiados passam para fugir da guerra, procurando proteção humanitária." https://www.dge.mec.pt/noticias/educacao-para-cidadania/iniciativa-e-se-fosse-eu-fazer-mochila-e-partir
Este texto retirado do site da Direção Geral da Educação (https://www.dge.mec.pt/noticias/educacao-para-cidadania data de 2016. Passaram 6 anos. No entanto, a situação atual faz com que esta iniciativa não perca oportunidade.
É assim que Associação Portuguesa de Professores de Filosofia propôs para a comemoração do Dia mundial da Filosofia deste ano de 2022 um trabalho com os alunos centrado no Tema dos refugiados e podendo incluir esta atividade. (https://apfilosofia.org/dia-mundial-da-filosofia/)
Hanna Arendt, filósofa do século XX a que já aqui temos feito referência, ela mesma de origem judia, obrigada a deixar a Alemanha e adquirindo o estatuto de "refugiada", deixou-nos um texto sobre o tema. Um breve excerto pode ser consultado neste blogue, numa publicação de 2018 (https://espacocriticonaescola.blogspot.com/2018/12/nos-os-refugiados.html)
Pessoas caminham entre tendas improvisadas em um campo de refugiados durante o inverno em Idlib, Síria, em 18 de dezembro de 2021 [Muhammed Said/Agência Anadolu] |
O tema dos Migrantes e dos Refugiados continua na ordem do dia.
Em que mundo vivemos?
Que mundo queremos?
quinta-feira, 17 de novembro de 2022
DIA MUNDIAL DA FILOSOFIA 2022 " O HUMANO DO FUTURO " ("L' HUMAIN QUI VIENT")
DIA MUNDIAL DA FILOSOFIA - 17 de novembro de 2022 - A declaração da Diretora geral da UNESCO
Mensagem de Mme Audrey
Azoulay,
Diretora Geral
da UNESCO,
por ocasião do
Dia mundial da filosofia
17 de novembro
2022
Com o Dia mundial da filosofia, a UNESCO convida a celebrar a diversidade do pensamento humano assim como a adotar um olhar filosófico sobre o mundo.
A filosofia, com efeito,
não é somente esta ciência milenar, alimentada de tradições do mundo inteiro. É
um exercício vivo que permite interrogar o mundo e concebê-lo – tal como é, mas
também como poderia ou deveria ser.
A filosofia é assim
incontornável quando se trata de definir os princípios éticos que devem guiar a
humanidade, como o fizemos outrora com a Declaração universal sobre o genoma
humano ou, mais recentemente, com a Recomendação sobre a ética da inteligência
artificial, adotada aquando da nossa ultima Conferência geral pelos 193 Estados
membros da UNESCO.
A filosofia é
igualmente insubstituível se se quer refundar de modo durável a nossa relação
com os seres vivos, face à urgência do desregulamento climático e o colapso da
biodiversidade – quer na linha de Bruno Latour, que nos deixou no último mês, e
que lembrava a interdependência do homem e do planeta, ou na de Achille Mbembe,
com quem somos chamados a pensar o homem em toda a sua vulnerabilidade.
Perante a amplitude
dos desafios contemporâneos, é mesmo esta nossa conceção de humanidade que é
preciso reinterrogar, para pensar sobre «o humano do futuro» ( no texto
francês «l’humain qui vient» ; no texto inglês “the human of the future”) segundo
o tema deste Dia.
Esta reflexão deve
ser aberta. Aberta a todos os olhares, em primeiro lugar, medindo nomeadamente,
neste Decénio internacional das línguas autóctones das Nações Unidas, o poder das
filosofias autóctones para alterar o nosso olhar sobre o mundo, assim como a
nossa maneira de nele habitar.
Aberta a todos os
saberes também, e em particular às outras ciências humanas, a fim de captar o
mundo na sua complexidade, e de poder traduzir a reflexão em ação.
Aberta, enfim, às
nossas sociedades. Pois a filosofia não é uma ciência isolada do mundo,
apanágio dos sábios na sua torre de marfim. Todos e todas devem poder dispor
dos instrumentos da filosofia para reinventar um mundo comum, e isto, desde as
idades mais jovens: é também o sentido desta festa mundial.
Neste Dia mundial da
filosofia, a UNESCO apela a todos para tirarem um momento para pensar
coletivamente o futuro («l’avenir» no original francês) da humanidade – e conceber
um mundo melhor.
(Tradução
do original francês da responsabilidade do Grupo Disciplinar de Filosofia da
Escola Secundária de Madeira Torres.)
terça-feira, 21 de junho de 2022
Site criado por alunos da disciplina de Psicologia B
Um grupo de alunos da disciplina de Psicologia B, do 12º ano, criou um site para apresentar o seu trabalho e divulgar o trabalho realizado pelos colegas sobre problemáticas relacionadas com a saúde e a doença mental.
Link – site criado por alunos de Psicologia B.
HOME | My Site (bimar20042010.wixsite.com)
(sob responsabilidade da Prof.ª Margarida Vitorino)
quarta-feira, 11 de maio de 2022
Música no tempo do Padre António Vieira
Viajando por este século XVII português, cheio de contradições, vamos fazer uma breve incursão pela música, uma das formas artísticas mais antigas e, talvez, a mais universal.
Não sabemos se o Padre António Vieira teria ouvido este vilancico barroco (forma poético-musical sacra da Península Ibérica) deste seu contemporâneo António Marques Lésbio.
Vieira, contemporâneo de Descartes – os desafios da Modernidade (2)
(continuação)
Quem nunca se encantou com o arco-íris?
Quem nunca contou sete cores no arco-íris?
Quem nunca sonhou ao olhar um arco-íris?
“Na Íris ou Arco celeste, todos os nossos olhos
jurarão que estão vendo variedade de cores: e contudo ensina a verdadeira
Filosofia que naquele Arco não há cores, senão luz, e água”. (Vieira, 1645)
“Isto, que chamamos Céu, é uma mentira azul, e o que chamamos Íris ou Arco-celeste, é outra mentira de três cores”. (Vieira, 1651)
Mais tarde...
«Newton, que realizou experiências com prismas de vidro em 1666, explicará que o desvio da luz de um meio para outro se devia à diferente velocidade de diferentes partículas de luz nos dois meios. A luz solar é branca, mas, como a luz branca é feita de partículas correspondentes às diferentes cores, as cores apareceriam diferenciadas dentro da gota e, ainda mais, à saída dela.»
E Vieira, em 1669, partilhando a perspetiva cartesiana:
“O rústico,
porque é ignorante, vê muita variedade de cores no que ele chama Arco-da-Velha; mas o Filósofo, porque é sábio, e conhece
que até a luz engana (quando se dobra), vê que ali não há cores, senão enganos
corados, e ilusões da vista”.
Comenta Fiolhais:
«Repare-se como
é dada a primazia ao saber do “filósofo” (filósofo natural, entenda-se) em
relação ao saber comum. Uma das marcas da ciência moderna é precisamente a
ultrapassagem do senso comum: esta é ainda mais visível em Galileu e Newton do
que em Descartes. O arco-íris é real, mas, para ele existir, têm de concorrer
três coisas: a luz solar, as gotas de água e os olhos do observador. Cada
observador terá sempre um arco-íris em torno de si, razão pela qual nunca
poderá alcançar uma ponta.»
NOTA: Todas as citações são do artigo de Carlos Fiolhais, "Vieira e a Ciência", disponível em em https://eg.uc.pt/bitstream/10316/41191/1/vieira_e_a_ciencia.PDF, consulta a 31 de março de 2022.
segunda-feira, 9 de maio de 2022
Vieira, contemporâneo de Descartes – os desafios da Modernidade (1)
terça-feira, 26 de abril de 2022
Ciência Política - Conservadorismo e Liberalismo
Estes artigos surgem na sequência das "Aprendizagens Essenciais" da disciplina de Ciência Política - As Ideologias Políticas – em que os alunos devem:
- Explicar a origem e o sentido da distinção entre “Direita” e “Esquerda”, assim como alguns dos seus avatares ao longo da época contemporânea.
- Identificar as principais correntes ideológicas coexistentes no quadro constitucional: liberalismo, conservadorismo e socialismo.
- Identificar pensadores, temas e valores fundamentais de cada uma destas vertentes ideológicas.
Prof. Carlos Reis
O Conservadorismo
O conservadorismo é uma ideologia política que apresentou as suas primeiras manifestações na época da Revolução Inglesa, que decorreu nos anos 1642 a 1651 e na Revolução Francesa de 1789 a 1799. Nestes acontecimentos políticos surgiram movimentos progressistas, que tinham como objetivo a renovação ou mudanças da política da época. Por outro lado, surgiram então os movimentos conservadores, que pretendiam a manutenção da ordem e da política vigente.
Esta ideologia defende a manutenção das instituições sociais tradicionais como a família, a comunidade local, a religião, os costumes, tradições, etc. e enfatiza a continuidade e a estabilidade das instituições, opondo-se a qualquer tipo de movimentos revolucionários e de políticos progressistas. No entanto, é importante entender que o conservadorismo não é um conjunto de ideias políticas definidas, pois os valores do mesmo variam de acordo com os lugares e com o tempo.
Apesar disso, podemos definir como seus principais valores a liberdade e a ordem social e moral, sendo que na religião, valoriza a diversidade do individualismo e rejeita a igualdade como um objeto da política. Valoriza, também, as manifestações locais e uma identidade nacional, tendo como objetivo criar uma sociedade “perfeita” no uso da política.
O conservadorismo adquiriu ao longo do tempo três tipos, dos quais são: o metafísico, que consiste na crença de coisas sagradas e no desejo de defender as mesmas da profanação. O empírico, sendo este um fenómeno moderno, com mudanças desencadeadas pela reforma protestante e pelo Iluminismo e, por fim, o conservadorismo liberal, que é definido principalmente em questões relacionadas com as políticas económicas, onde defende a pouca intervenção do estado sobre a regulação de aspetos da sociedade e defende também uma maior liberdade individual nas decisões.
Concluindo, o conservadorismo apesar de, como referido anteriormente, ser uma ideologia política com muitos anos, ao longo dos mesmos, tem-se vindo a desenvolver e a ser até aos dias de hoje bastante valorizado e defendido por vários partidos políticos e indivíduos pelo mundo.
António Nunes; Joana Ramos; Vânia Adriano – 12º I
O Liberalismo é uma doutrina política que consiste em um conjunto de ideias e princípios baseados na defesa da liberdade individual e dos direitos individuais e naturais do ser humano. O Liberalismo divide-se essencialmente em 3 áreas, o Liberalismo Social, Económico e Cultural.
Liberalismo Social
O Liberalismo Social trata-se de uma ideia política que coloca as liberdades e direitos individuais como prioridade máxima. O Estado deverá ser a garantia de que estes direitos (a começar pela vida, liberdade e propriedade) sejam respeitados.
Liberalismo Económico
O Liberalismo Económico defende a ideia de que a prosperidade económica se dá através da descentralização do mercado e da sua consequente redução de impostos. O mercado não necessita que seja feita uma intervenção estatal porque este já possui em si mecanismos que permitem com que este faça a sua autorregulação - questão da Mão Invisível.
Em que difere o Liberalismo Cultural do Conservadorismo Cultural?
Um Partido (ou pessoa) dito Liberal irá à partida, aceitar novos costumes e "possíveis tradições” caso estes sejam aceites pela maioria como moralmente válidos a partir do princípio da igualdade.
Um partido (ou pessoa) dito Conservador irá à partida, acreditar que o fundamento dos costumes não deve ser procurado na razão ou na vontade do ser humano, mas sim apenas nas tradições históricas.
Liberalismo em Portugal
Os partidos da nova direita em Portugal, a Iniciativa Liberal e CHEGA, convergem idealmente de maneira generalizada naquilo que toca à economia. Já quanto aos valores socioculturais ambos os partidos divergem, sendo o CHEGA conservador e a Iniciativa Liberal, liberal.
Bernardo Lourenço , Gabriel Rolim , Gonçalo Esteves - 12ºH
A Revolução de Abril
1. Os antecedentes da Revolução de Abril
Qual o regime político que vigorava em Portugal antes do 25 de abril?
O Estado Novo, que defendia princípios ideológicos como, o nacionalismo; o antiparlamentarismo; corporativismo; militarismo; (...). Por isso, é legítimo afirmar que fracassou na defesa da democracia; igualdade e liberdade individual.
1.1. O que levou à Revolução?
A Questão Colonial:
A criação da ONU, e os princípios que a Organização segue, dificultam a manutenção da Política Colonial seguida pelo Estado Português.
O princípio que origina o choque:
"desenvolver relações de amizade entre os países do mundo, baseadas na igualdade entre os povos e no seu direito à autodeterminação".
O Isolamento Internacional:
Consequência da recusa de Portugal ao princípio de autodeterminação das suas colónias, evidenciado na expressão de António de Oliveira Salazar:
"Orgulhosamente sós.”
O Descontentamento dos Jovens face à Guerra.
2. O Movimento das Forças Armadas (MFA)
O Movimento de Oficiais transforma-se no Movimento Revolucionário responsável por derrubar o Estado Novo. Afirma pela primeira vez qual a solução para a Guerra em África: a democratização do Regime.
Leva a que o Movimento dos Capitães deposite a sua confiança nos Generais Costa Gomes e Spínola, respetivamente chefe e vice-chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
2.1. O Manifesto do Movimento
A 5 de março de 1974, é aprovado o manifesto “O Movimento, as Forças Armadas e a Nação”. Nele são apresentados os princípios em que assentaria o futuro "Programa do Movimento das Forças Armadas":
- Divorcio entre as forças armadas e o país;
- Solução política e não militar para a guerra.
O acontecimento que sucede a “Brigada do Reumático”: exoneração de Costa Gomes e Spínola dos seus cargos, faz aumentar o espírito de urgência de um golpe militar.
2.2. O Programa do MFA
O documento básico da Revolução Portuguesa, que esclarece o objetivo prioritário do Movimento: “a instauração, a curto prazo, duma Democracia Política». Conhecido pelo nome de programa dos três D: Democratizar, Descolonizar e Desenvolver.
3. Do Programa do MFA à Junta de Salvação Nacional
Portugal era, agora, governado por uma Junta de Salvação Nacional. A JSN tomou um conjunto
de medidas tendentes à liberalização da política partidária e ao desmembramento das estruturas do regime deposto.
O MFA também se comprometeu a passar o poder para as mãos dos civis, definindo o prazo máximo de um ano para a realização de eleições constituintes.
3.1. O Período de Spínola
Os anseios da justiça social explodem numa onda de reivindicações laborais, greves e manifestações constantes. O poder político fracionara-se já em dois polos opostos:
- Grupo afeto ao general Spínola;
- A Comissão Coordenadora do MFA.
4. A Radicalização do Processo Revolucionário, o PREC
Otelo de Saraiva Carvalho mostra-se cada vez mais afeto à extrema-esquerda. Forma-se o Conselho da Revolução, que passa a funcionar como órgão executivo do MFA, tornando-se o verdadeiro centro do poder.
5. As Eleições de 1975 e a Inversão do Processo Revolucionário
Deram-se as eleições e obtiveram-se os seguintes resultados:
O verão de 1975 ficou conhecido como "Verão Quente" e a oposição entre as forças políticas atinge o seu auge.
6. Grupos Opositores
A Revolução da Maioria Silenciosa do 28 de setembro leva a que os partidos de extrema-direita ilegalizados, fazendo nascer organizações terroristas como o MDLP e o ELP.
Artigo realizado por:
Carolina Ferreira; Gonçalo Ferreira; Helena Livro. 12ºH