quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Sexualidade & Afetos - Relações: mitos e dificuldades (3)

 

    As Relações Podem Ser Difíceis!Já todos ouvimos dizer que para gostarmos de alguém precisamos de gostar de nós próprios em primeiro lugar. De facto, é uma grande barreira quando numa relação uma das pessoas tem problemas de autoestima. O/a nosso/a namorado/a não serve para nos sentirmos bem connosco próprios se não o conseguimos fazer sozinhos.
    Quando sentimos que o/a nosso/a namorado/a exige demasiado de nós, se a relação é mais um fardo e uma fonte de problemas do que de alegria, então provavelmente não é o par certo para nós.
    Relações muito intensas podem ser difíceis para os adolescentes. Quando somos adolescentes estamos focados em desenvolver os nossos sentimentos e responsabilidades, por isso pode não nos restar energia para responder aos sentimentos e necessidades de outra pessoa. Para além disso, ainda estamos a crescer e a mudar, todos os dias. A pessoa que parecia perfeita para nós há uns meses atrás, pode já não o ser. E é melhor ficarem amigos do que investirem numa relação que já não parece certa.
    Quer estejamos sozinhos ou numa relação devemos ser “picuinhas” quando escolhemos alguém para manter uma relação próxima. Se não nos sentirmos preparados para uma relação não é um problema!
    Alguns Mitos sobre Relações

    Os media, a música que ouvimos ou os filmes que vemos podem transmitir-nos algumas ideias erradas sobre o que são as relações ou como nos devemos comportar numa relação. É importante destruir alguns desses mitos:

    • Ter sexo com alguém não equivale a ter uma relação com alguém. Devemos, no entanto, deixar sempre claro para o outro qual é a nossa intenção e perceber se o outro tem as mesmas expectativas.
    • As relações não são uma competição.
    • O amor não é instantâneo.
    • É normal (e até desejável!) ter de trabalhar e termos de nos esforçar para construir uma relação de amor e fazê-la funcionar.
    • Os homens não mandam numa relação. Ambos os parceiros mandam na relação e são responsáveis por fazê-la funcionar.
    • Não são apenas as nossas características físicas que interessam nem são elas que determinam se ou quem vamos namorar.

     

    Quando Uma Relação Termina

    Terminar uma relação é uma experiência dolorosa. Sobretudo se é o nosso primeiro amor ou se a relação terminou sem nós querermos que isso acontecesse. Podemos sentir-nos completamente esmagados e devastados. Por algum motivo existe a expressão “coração partido”…

    Às vezes, alguns adultos esperam que, como somos adolescentes e a relação que terminámos era uma relação entre adolescentes, ultrapassemos isso e pronto. Mas se estamos a sofrer é importante sentirmos o apoio de alguém em quem confiemos (um dos nossos pais, um irmão, um amigo, um Professor ou um Psicólogo).

    Ao início é difícil imaginar que nos vamos sentir melhor. Mas devagarinho os nossos sentimentos vão tornar-se menos intensos e, eventualmente, até iniciaremos uma nova relação. As relações que vamos mantendo ao longo da vida são sempre oportunidades de experimentar o amor e de aprender a amar e a sermos amados.

    Se a tristeza e a dor de terminar uma relação está a controlar a nossa vida e isso é a única coisa em que conseguimos pensar, devemos procurar ajuda, falar com um Professor ou um Psicólogo pode ajudar ((hiperligação para Procurar Ajuda).

     

    Decidir Ter Relações Sexuais

    O sexo é um assunto complexo, quer para os adultos quer para os adolescentes. Isto porque ser sexualmente ativo envolve emoções profundas e pode mudar as relações (nem sempre para melhor).

    A pressão para deixar de ser virgem é intensa quer para os rapazes quer para as raparigas. Às vezes parece que toda a gente na escola não fala sobre outra coisa: quem é, quem não, quem pode ser. E que ser virgem ou não é uma espécie de condição para pertencermos ou não ao grupo, para sermos aceites.

    Decidir ter relações sexuais com alguém é uma decisão muito importante. Da primeira vez sobretudo, mas também das restantes. Cada um tem de confiar no seu julgamento e decidir se é a altura certa e a pessoa certa.

    O sexo não tem apenas consequências físicas (ex. engravidar, contrair uma doença sexualmente transmissível), mas também emocionais. O sexo relaciona-se com prazer tal como se relaciona com responsabilidade. Para além de termos consciência e conhecermos os factos sobre menstruação, ovulação, recção, ejaculação, gravidez, doenças sexualmente transmissíveis, precisamos igualmente de ter consciência do impacto emocional das relações sexuais. Se nos tornamos sexualmente ativos sem estarmos preparados podemos sentir-nos esmagados e confusos pelos sentimentos que este tipo de intimidade gera. As relações sexuais deixam as pessoas mais emocionalmente vulneráveis e próximas uma da outra. Quando não confiamos inteiramente no nosso parceiro ou não nos sentimos totalmente respeitados/as, ter relações sexuais pode fazer-nos sentir magoados, traídos, sozinhos. Por isso, é realmente algo importante, embora alguns dos nossos amigos ou os filmes que vemos na televisão possam encará-lo como algo muito simples e banal.

    Uma vez que os nossos valores morais, as nossas crenças religiosas, a educação que tivemos da nossa família e as nossas emoções são diferentes, não é uma boa ideia confiar na opinião dos nossos amigos para decidir se é a altura certa para fazer sexo. A longo prazo, ter relações sexuais para impressionar alguém, fazer o/a nosso/a namorado/a feliz ou sentirmos que temos alguma coisa em comum com os nossos amigos não nos vai fazer sentir muito bem connosco próprios. Para além disso, um verdadeiro amigo ou par romântico não quer saber se somos ou não virgens e respeita as nossas decisões, sejam elas quais forem.

    Nas relações entre adolescentes é comum um querer manter relações sexuais e o outro não. E isso pode causar algum stresse na relação. No entanto, tal como em qualquer outra decisão importante da nossa vida devemos fazer aquilo que nós achamos certo para nós e não aquilo que outra pessoa acha que devemos fazer. Não é boa ideia ter sexo só porque o/a nosso/a namorado/a quer e está preparado para isso.

    Se alguém nos tentar pressionar dizendo coisas como “se realmente gostasses de mim, não dizias que não”, na verdade, não se preocupa nem gosta de nós. Está apenas a tentar satisfazer os seus próprios sentimentos sexuais. Se sentirmos que temos que fazer sexo porque temos medo de perder a outra pessoa, então talvez seja melhor ponderarmos terminar a relação.

    No que diz respeito a ter relações sexuais há duas coisas importantes das quais nos devemos lembrar: 1) somos nós os responsáveis pela nossa felicidade e pelo nosso corpo; 2) podemos esperar todo o tempo que for preciso até nos sentirmos seguros da decisão de ter ou não sexo.

    Mesmo que já tenhamos tido relações sexuais anteriormente (com o nosso namorado/a atual ou outra pessoa) a decisão de continuar a ter relações sexuais é sempre nossa. Podemos não querer ter relações sexuais a qualquer momento, seja quem for a pessoa com quem estamos numa relação.

    Quando nos sentimos confusos acerca de decisões relacionadas com sexo podemos falar com alguém em quem confiemos, de preferência um adulto (um dos nossos pais, um professor, um Psicólogo). Embora outras pessoas possam ter conselhos úteis para nós, no fim, a decisão será sempre nossa. 




1 comentário:

  1. Gostei deste tema! Acho que pode ser muito interessante falarmos sobre as dificuldades das relações em aula.

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