A eutanásia
Eutanásia, o ato através da qual se
abrevia sem dor ou sofrimento a vida de um doente sem possibilidade de cura.
Este ato, tanto pode ser executado através da administração de uma injeção
letal, do pedido do paciente para que qualquer tipo de equipamento, a que este
esteja dependente, seja desligado ou até mesmo da escolha do paciente que passa
por deixar a doença tomar o seu rumo, não sendo efetuados quaisquer tipos de
tratamentos.
A eutanásia não deixa de ser um assunto
delicado onde é difícil a obtenção de um consenso sobre a sua utilização, na
medida em que para uns se trata de uma benesse, pois pode ser considerado um
alívio eterno, e para outros é um crime, uma vez que não deixa de ser morte de
alguém, realizada por outrem (homicídio).
Na minha opinião a utilização da
eutanásia deve ser bastante ponderada, quer por parte dos médicos, quer por
parte do paciente, e caso essa ponderação seja efetuada em plena consciência
então a eutanásia deverá ser administrada. Os profissionais de saúde
responsáveis por este procedimento devem sempre analisar cuidadosamente o
perfil do paciente em questão tendo em conta o motivo que o leva a quer abdicar
da sua própria vida e para além disto, também devem ter em conta se a
administração de eutanásia é realmente a ultima opção ou se existem outras
possibilidades, como tratamentos alternativos de modo a tornar a dor
suportável. E assim como os médicos necessitam de avaliar este método, o
paciente deve ponderar se realmente está num estado de tão grande desespero e
dor, tanto física como psicologicamente que para este, o sentido da vida já não
tem fundamento e a morte é a única opção.
Apesar de muitos considerarem a
eutanásia um crime, uma vez que se trata de um suicídio assistido, eu penso que
este não deve ser considerado crime porque uma pessoa tem o direito a decidir,
desde que o faça consciente das consequências que se seguem à sua tomada de decisão. E
penso que aqueles que não concordam, tanto pelos problemas éticos e morais que
este assunto levanta, gostariam de ter a possibilidade de efetuar uma escolha
entre querer ou não querer “morrer voluntariamente” caso se encontrassem em tal
situação.
Infelizmente
em Portugal, a prática da eutanásia a partir de uma injeção não é legal e na
Europa, somente os países Luxemburgo, Bélgica e Holanda (que recentemente
alargou a legalidade do uso da eutanásia a menor de dezoito anos) possuem
clínicas onde pacientes de todo o mundo se dirigem para poderem “morrer com
dignidade”. Contudo a possibilidade de pedido a um médico para desligar os
equipamentos a um paciente dependente dos mesmos ou o facto de ser possível uma
pessoa não querer receber quaisquer tratamentos e permitir que a doença siga o
seu rumo, não são práticas puníveis pela lei, embora em alguns casos alguns
dilemas sejam levantados em relação a estas práticas em hospitais portugueses.
Concluindo, a
eutanásia é um dos dilemas mais atuais que ainda necessita de muito estudo, mas
que mesmo assim dificilmente se chegará a um consenso sobre a sua prática e por
isso mesmo também a filosofia tenta ponderar sobre este assunto, pretendendo
garantir ao ser humano uma vida digna e a possibilidade de efetuar as escolhas
que considera mais relevantes perante a sua situação.
11ºA
Carlota Alves Nunes
Parabéns pela coragem, Carlota. A eutanásia é uma solução para o sofrimento sem remédio, aquele sofrimento onde o tratamento paliativo escorrega e não resulta, o tal onde o único horizonte é a morte por falência de órgãos vitais. Não será que existe desumanidade em quem se apega à moral instituída e defende a vida a qualquer custo sem atentar ao que padece cada um e à sua capacidade de decisão? E não poderemos dizer que a eutanásia defende também a vida?! Todas as questões têm vários lados.
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