quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Dicionário Filosófico - Sócrates

Para quem se inicia na filosofia um dicionário dá sempre jeito... É claro que ficamos a saber muito pouco, mas é sempre um começo. Um dicionário é como um mapa enorme e complexo, mas que nos ajuda na viagem... E vai dando orientação para possíveis paragens, desvios, sem nunca perder de vista o caminho. 
Neste post apresentamos aquele que se constitui como uma referência filosófica incontornável. Falamos de Sócrates, filósofo grego (séc. V a.C.), cidadão ateniense, que granjeou fama, popularidade e ódios diversos. Concebia a filosofia como uma tarefa intelectual e uma forma de vida, que tinha o seu lugar na polis e que abordava qualquer tema que fosse do interesse dos homens, dos cidadãos, dos homens livres que tinham nas suas mãos o destino da cidade. 

Escultura do séc.I d.C. - Museu do Louvre

«Sócrates (c. 469-399 a. C.)

Uma das figuras mais carismáticas e enigmáticas da história da filosofia. Embora nada tenha escrito, a sua influência é enorme e é responsável pela viragem da filosofia das questões da natureza para as questões humanas. Pouco mais se sabe acerca da sua vida, para além de que participou na guerra do Peloponeso e foi condenado à morte sob a acusação de impiedade e de corromper a juventude. Também se sabe pouco acerca do seu pensamento, embora seja a figura central de muitos diálogos de Platão, uma vez que é difícil diferenciar o Sócrates histórico da personagem platónica. Para Sócrates, a filosofia é um modo de vida e, por isso, fazia filosofia na ágora (praça pública), no ginásio ou nas ruas de Atenas, dialogando com aqueles que estivessem dispostos a investigar com ele um qualquer conceito moral. Começava por pedir ao seu interlocutor a definição de uma virtude, como a justiça, e depois, por intermédio de perguntas e respostas, levava-o a chegar a uma conclusão contraditória (ver contradição) com a definição que tinha apresentado. Com este método de refutação (elenchus) procurava mostrar àqueles que pretendiam ser sábios que as suas crenças (vercrença) eram inconsistentes (ver inconsistência) e, deste modo, levá-los a formular crenças mais adequadas. Apesar de afirmar não saber as respostas às questões que punha sobre as definições, há algumas ideias que parece ter assumido. As mais importantes são que a virtude, embora não possa ser ensinada, é conhecimento; que ninguém faz o mal (ver mal moral) voluntariamente; que não se pode fazer mal a um homem bom; que é pior fazer do que sofrer o mal; e que todas as virtudes se reduzem a uma, o conhecimento do que é e não é bom para um ser humano. Ver dialécticaética das virtudesironiamaiêutica. (Álvaro Nunes)»

Dicionário Escolar de Filosofia em https://criticanarede.com/s.html

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