sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Estudar filosofia. Porquê?

       «Uma razão importante para estudar filosofia é o facto de esta lidar com questões fundamentais acerca do sentido da nossa existência. (...)
      Persistir numa existência rotineira sem jamais examinar os princípios na qual esta se baseia pode ser como conduzir um automóvel que nunca foi à revisão. Podemos justificadamente confiar nos travões, na direção, e no motor, uma vez que sempre funcionaram suficientemente bem até agora; mas esta confiança pode ser completamente injustificada: os travões podem ter uma deficiência e falharem precisamente quando mais precisarmos deles. Analogamente, os princípios nos quais a nossa vida se baseia podem ser inteiramente sólidos; mas, até os termos examinado, não podemos ter a certeza disso.  (...)
   Outra razão para estudar filosofia é o facto de isso nos proporcionar uma boa maneira de aprender a pensar mais claramente sobre um vasto leque de assuntos. Os métodos do pensamento filosófico podem ser úteis em variadíssimas situações, uma vez que, ao analisar os argumentos a favor e contra qualquer posição, adquirimos aptidões que podem ser aplicadas noutras áreas da vida. (...)
        Outra justificação ainda para o estudo da filosofia é o facto de, para muitas pessoas, esta ser uma atividade que dá imenso prazer. (...)»

Nigel Warburton.(1998). Elementos Básicos de Filosofia. Lisboa: Gradiva, p. 24-25 (sublinhados nossos)

  Sobre esta última ideia, a de que o estudo da filosofia é uma atividade que dá prazer, vamos acrescentar mais algumas ideias. De que prazer se trata? Podemos dizer que é o prazer associado ao conhecimento e à descoberta. É o prazer ligado à paixão pelo saber, quer se chame filosofia quer se chame ciência. Neste sentido, tanto a filosofia como a ciência dão resposta ao desejo de conhecer. A este propósito acrescentamos um texto bem mais antigo, de Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C.. 


      «Todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer das sensações, pois, fora até da sua utilidade, elas nos agradam por si mesmas.»

Aristóteles, Metafísica, introdução e notas de Joaquim de Carvalho, Coimbra, Atlântida,1969, p.3.

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