quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Presos na rede? Teste de dependência da net


Imagem retirada de https://sol.sapo.pt/noticia/124403


O teste que apresentamos encontra-se em https://www.seguranet.pt/sites/default/files/teste_de_dependencia_da_internet_0.pdf (consulta a 23/01/2019). Transcrevemos diretamente.
Teste de Dependência da Internet
(traduzido do site www.netaddiction.com)
Como é que pode saber se já é dependente ou se está a caminhar muito
rapidamente para ter sérios problemas? O Teste de Dependência da Internet
(TDI) é a primeira forma validada e credível de medir o vício da utilização da
Internet. Desenvolvido pela Dra. Kimberly Young, o TDI é um questionário com
20 perguntas que mede níveis ligeiros, moderados e graves de dependência da
Internet.
Para avaliar o seu nível de dependência, responda às perguntas seguintes:
1. Com que frequência repara que está on-line mais tempo do que
tencionava?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
2. Com que frequência negligencia tarefas domésticas para passar mais
tempo on-line?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
3. Com que frequência prefere estar na Internet em vez de estar com o
namorado (a)?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
4. Com que frequência estabelece novas amizades com outros
utilizadores on-line?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
5. Com que frequência as pessoas que fazem parte da sua vida se
queixam sobre a quantidade de tempo que passa on-line?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
6. Com que frequência as suas notas ou trabalho escolar sofrem devido à
quantidade de tempo que passa on-line?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
7. Com que frequência verifica o correio electrónico antes de qualquer
outra coisa que precise de fazer?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
8. Com que frequência o seu desempenho ou produtividade no trabalho
sofrem devido à Internet?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
9. Com que frequência tem uma atitude defensiva ou de secretismo
quando alguém lhe pergunta o que está a fazer on-line?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
10. Com que frequência bloqueia os pensamentos perturbantes sobre a
sua vida com pensamentos reconfortantes da Internet?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
11. Com que frequência se encontra a ansiar por voltar a estar on-line
novamente?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
12. Com que frequência tem receio de que a vida sem Internet seja
aborrecida, vazia e sem alegria?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
13. Com que frequência refila, grita ou fica irritado(a) se alguém o(a)
incomoda enquanto está on-line?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
14. Com que frequência perde o sono devido a estar na Internet até muito
tarde?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
15 – Com que frequência fica preocupado com a Internet quando não está
on-line ou fantasia com estar on-line?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
16. Com que frequência dá por si a dizer "só mais uns minutos" quando
está on-line?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
17. Com que frequência tenta reduzir a quantidade de tempo que passa
on-line e não consegue?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
18. Com que frequência tenta esconder a quantidade de tempo que
passou on-line?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
19. Com que frequência escolhe passar mais tempo on-line em detrimento
de sair com outras pessoas?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
20. Com que frequência se sente deprimido(a), instável ou nervoso(a)
quando não está on-line e isso desaparece quando volta a estar on-line?
1 – Raramente
2 – Ocasionalmente
3 – Frequentemente
4 – Quase Sempre
5 – Sempre
Não se aplica
Resultados: Depois de ter respondido a todas as questões, some os números
que seleccionou para cada resposta para obter uma pontuação final. Quanto
mais alta a pontuação for, maior é o nível de dependência e os problemas que
o uso da Internet provoca. Segue a escala geral para ajudar a medir a sua
pontuação:
20-49 pontos: Você é um utilizador on-line médio. Por vezes poderá até
navegar na Web um pouco demais, no entanto, tem controlo sobre a sua
utilização.
50-79 pontos: Você está a ter problemas ocasionais ou frequentes devido
ao uso da Internet. Deve considerar o verdadeiro impacto de estar on-line na
sua vida.
80-100 pontos: A utilização da Internet está a causar problemas significativos
na sua vida. Deve avaliar o impacto da Internet e lidar com os problemas
causados directamente pela sua utilização da mesma.
Depois de ter identificado a categoria onde a sua pontuação total se insere,
olhe novamente para as questões a que deu uma pontuação de 4 ou 5. Tinha
consciência que isto era um problema significativo para si? Por exemplo, se
respondeu 4 (quase sempre) a Pergunta nº 2 relativa à sua negligência das
tarefas domésticas, estava consciente da frequência com que a sua roupa suja
se amontoa ou o quão vazio fica o frigorífico?
Digamos que respondeu 5 (sempre) à Pergunta nº 4 sobre perda de sono
devido a utilização da Internet durante horas tardias. Já parou para pensar o
quão difícil se tornou levantar-se da cama todas as manhãs? Sente-se exausto
no trabalho? Este padrão começou a afectar o seu corpo e a sua saúde em geral?

Presos na rede?

A internet é, hoje em dia, utilizada por um número cada vez maior de pessoas, sendo os jovens os maiores utilizadores. Segundo dados da PORDATA, 95% dos jovens entre os 16 e os 24 anos são utilizadores  de computadores com acesso à internet. (consultar tabela em 
https://www.pordata.pt/Portugal/Indiv%C3%ADduos+com+16+e+mais+anos+que+utilizam+computador+e+Internet+em+percentagem+do+total+de+indiv%C3%ADduos+por+grupo+et%C3%A1rio-1139 )




retirada de https://sol.sapo.pt/artigo/124399/viciados-em-videojogos

A utilização da internet pode servir os mais diversos propósitos, desde pesquisa de informação, trabalho em rede, comunicação para qualquer ponto do globo, até atividades de entretenimento. 

Como qualquer instrumento, a internet não é boa nem má. Pode ser benéfica ou prejudicial consoante o uso que lhe for dado. É assim que a dependência da net - adição à net - já constitui um problema comportamental a necessitar de acompanhamento clínico, à semelhança dos comportamentos aditivos já conhecidos (dependência de álcool, de estupefacientes...).

"Sem dormir nem comer
Muitos dos doentes que chegam ao Hospital de Santa Maria, conta João Reis, também fazem maratonas à frente ao computador ou da consola. Deixam de ir às aulas e ao trabalho, não dormem nem tomam banho e alguns até se esquecem de comer e isolam-se do mundo. Mas, segundo o psiquiatra, quase todos têm outros problemas psíquicos associados à adição à net, como depressão, ansiedade, hiperactividade e défice de atenção: “São 80% dos casos. É muito difícil perceber se a internet está a ser usada como uma nova forma de manifestação destas doenças ou se sem os videojogos este comportamento aditivo não se teria manifestado”. 
A maioria dos dependentes chega às consultas com os pais, que não conseguem lidar com o tempo que os filhos estão agarrados aos videojogos, com as suas constantes recusas em ir à escola ou à universidade e o isolamento num mundo virtual." 
Notícia do Semanário Sol de 19/02/2015, consulta a 23/01/2019, em https://sol.sapo.pt/artigo/124399/viciados-em-videojogos
Sobre este assunto, ver reportagem de Patrícia Pedrosa, de 2003, em http://ensina.rtp.pt/artigo/prisioneiros-da-internet/

domingo, 20 de janeiro de 2019

Ensaio Filosófico, 5ª edição, Associação de Professores de Filosofia

 Imagem retirada de http://www.rbe.min-edu.pt/np4/2214.html

Em parceria com a RBE (Rede de Bibliotecas Escolares), a ApF, Associação de Professores de Filosofia, lançou a sua 5ª edição de Ensaio Filosófico no passado Dia Mundial da Filosofia.

Trancrevemos do Regulamento:

«1. Promovido pela Associação de Professores de Filosofia (Apf) em parceria com a Rede de Bibliotecas Escolares, o concurso Ensaio filosófico no ensino secundário dirige-se a todos os alunos do ensino secundário público e privado português e visa: 
● promover o interesse pela escrita e reflexão filosóficas; 
● realçar a importância da disciplina de Filosofia na formação geral dos alunos do ensino secundário; 
● consolidar nos alunos competências em literacia da informação; 
● divulgar o trabalho desenvolvido nas escolas do ensino secundário. 
2. Não são definidos temas, pelo que serão admitidos a concurso todos os Ensaios onde sejam discutidos problemas de uma perspetiva filosófica e nos quais sejam mobilizados conhecimentos filosóficos. 
3. Apenas será admitido a concurso um Ensaio por Agrupamento/Escola Secundária, pelo que cada Escola deverá organizar-se no sentido de selecionar o trabalho que considere ser o mais adequado. Os Ensaios poderão ser elaborados individualmente ou por grupos de até três alunos. 
4. Todos os Ensaios submetidos a concurso devem ter, pelo menos, um professor orientador, devidamente identificado. 
5. Os Ensaios devem assumir a forma escrita, de acordo com as especificações que se seguem: 
a) ter uma estrutura reconhecível, nomeadamente com a identificação clara do problema e da(s) tese(s) em discussão; 
b) ter no máximo 12 páginas A4, escritas com um processador de texto, em letra Arial, tamanho 11 e entrelinha 1,5 (as 12 páginas incluem capa, sumário, possíveis índices, lista de referências bibliográficas, glossários e anexos); 
c) deve ter capa e lista de referências bibliográficas; 
d) a lista de referências bibliográficas deve assumir uma norma bibliográfica reconhecível (preferencialmente norma APA ou norma portuguesa 405). 
--------------------------------------------------------------------
13. Ao(s) vencedor(es) será atribuído um prémio pecuniário de 150 euros (valor para o Ensaio vencedor). A entrega do prémio será articulada com a Direção da escola vencedora. 
14. Os Ensaios serão avaliados em função dos seguintes critérios: 
a) exploração rigorosa do problema, tese(s), argumentos e conceitos em discussão 
b) estruturação dos conteúdos 
c) clareza e rigor da expressão 
d) originalidade da discussão e da posição assumida. 
15. Caso considere necessário, o júri pode solicitar uma entrevista com os concorrentes. 
16. A Apf publicará na sua página eletrónica (www.apfilosofia.org) o Ensaio premiado em cada ano sob a licença Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Partilha nos termos da mesma licença CC BY-NC-SA (para mais pormenores, ver http://creativecommons.org/licenses/). 




VIII Olimpíadas da Filosofia

As Olimpíadas Nacionais de Filosofia estão de volta, para a sua oitava edição, que este ano decorra na belíssima Lisboa (mais concretamente no Agrupamento de Escolas dos Olivais - Escola Secundária António Damásio).
Esta competição, que conta com o apoio da Direção-Geral de Educação, é a maior competição nacional de filosofia e destina-se a alunos e professores do ensino secundário.
(retirado de https://www.facebook.com/pg/prosofos/posts/?ref=page_internal

     

O Regulamento pode ser consultado em
https://drive.google.com/file/d/1tfx4Y0FiVpnpjqFpae05Lu5bNUT8V_cA/view

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Paradoxos, falácias e distrações





Este post surge motivado por um diálogo com o P. M., do 10ºA, em torno de alguns paradoxos que o tinham entusiasmado. Assim, começo por dar uma definição de paradoxo que ajude a compreender o seu significado. Em filosofia ( e não só) convém sempre saber do que estamos a falar. E definir "paradoxo" não é nada fácil!!! Recorro ao Dicionário de Filosofia de Simon Blackburn, que me parece conseguir uma definição bastante acessível:
                     " Um paradoxo surge quando um conjunto de premissas aparentemente indisputáveis dá origem a conclusões inaceitáveis ou contraditórias. A resolução de um paradoxo implica mostrar que há um erro escondido nas premissas, ou que o raciocínio é incorreto, ou que a conclusão aparentemente inaceitável pode, afinal, ser tolerada. Os paradoxos desempenham, portanto, um papel importante na filosofia, visto que a existência de um paradoxo não resolvido mostra que há algo nos nossos raciocínios ou nos nossos conceitos que não compreendemos."

Deste modo, os paradoxos são sempre um desafio para o pensamento. Provavelmente há algo que nos está a a escapar e exige investigação mais rigorosa e conhecimentos que ainda não possuímos. A resolução de um paradoxo representa sempre um avanço na nossa capacidade de análise da linguagem e do pensamento.

Exemplo de um dos mais célebres paradoxos:

Paradoxo do Mentiroso
Este paradoxo é atribuído a Epiménides, filósofo cretense do século VII a. C. Epiménides "terá dito que todos os cretenses são mentirosos. Se falou verdade, então o que ele disse é falso e vice-versa." "Há um certo número de paradoxos que pertencem à família do paradoxo do mentiroso. O exemplo mais simples é a frase «Esta frase é falsa», que tem de ser falsa se for verdadeira, e tem de ser verdadeira se for falsa."

O paradoxo do Pinóquio é uma forma de apresentar este paradoxo de uma forma divertida. Aliás, os paradoxos aparecem muitas vezes sob formas bem engraçadas!
retirado de https://pt.slideshare.net/Will_Ananias/aula03-lgica

No entanto, a resolução dos paradoxos tem pouco de engraçado e muito de trabalho, de análise lógica e matemática! Mas não compliquemos! Uma maneira de resolução do paradoxo do mentiroso é considerar que a frase "Esta frase é falsa" nada diz, por isso não pode ser classificada como verdadeira ou falsa, quer dizer, não tem valor de verdade. Vejamos se explico melhor. Quando digo "este cão é um animal" tenho como referente a realidade "cão" (na qual também não me incluo!!!!) e é em relação a esse referente que é possível classificar a proposição como verdadeira ou falsa. Esta análise não pode ser aplicada a "esta frase é falsa"!  

Pode acontecer que um paradoxo se revele, afinal, uma falácia, quer dizer, um argumento mal construído, inválido, mas com aparência de válido. No entanto, por norma, devemos distinguir os paradoxos das falácias. Os paradoxos envolvem uma contradição logicamente inaceitável e as falácias são argumentos inválidos com aparência de válidos. As falácias contêm violações de regras lógicas, mas que, frequentemente, não se detetam de imediato.

E para não nos deixarmos enganar facilmente convém também analisar o valor de verdade das premissas. É que se tomamos distraidamente como verdade uma premissa que o não é, mesmo raciocinando corretamente,  arriscamo-nos a ter de aceitar uma conclusão falsa!

Atentemos neste argumento que o P. M. nos trouxe:

Tudo o que é raro é caro
Tudo o que é bom e barato é raro
Logo, tudo o que é bom e barato é caro

Perante esta conclusão inaceitável, há uma pergunta que se impõe. Será que tudo o que é raro é caro? Tudo? Não há coisas raras que não sejam caras? É que basta haver uma para a proposição ser falsa! E, na verdade, há coisas raras que não são caras. Aliás, é o que enuncia a premissa menor! Portanto, não é possível aceitar  como verdadeiras simultaneamente a primeira e a segunda premissas! O argumento está logicamente bem construído, é válido, mas tem uma premissa falsa que, caso a aceitemos, compromete a verdade da conclusão. Surpreendidos com a conclusão? Sim, se aceitarmos como verdade aquilo que o não é. Acontece muitas vezes. Por isso é que a filosofia é tão importante! Ela ajuda-nos a estar mais atentos às palavras e aos seus significados!