quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Dá que pensar...

«DEONTOLOGIA, UTILITARISMO OU...

PURA FALTA DE ÉTICA?»

(título retirado da página do facebook da Associação de Professores de Filosofia https://www.facebook.com/pages/Associa%C3%A7%C3%A3o-de-Professores-de-Filosofia/241226372675124)


A propósito de uma notícia que dá conta do suicídio de um homem que, após ter prestado ajuda a um idoso, viu a sua vida complicar-se de tal maneira que acabou por atentar contra a sua própria vida.
A notícia está aqui e vale a pena ler: http://zap.aeiou.pt/suicidio-de-bom-samaritano-gera-comocao-nas-redes-sociais-da-china-11904
De qualquer modo, optamos pela transcrição:

A viúva de Wu Weiqing, um lixeiro de 46 anos, contou ao jornal Southern Metropolis Daily que o marido estava a andar de mota na véspera do Ano Novo quando viu um idoso que parecia ter sido atropelado.
Segundo a mulher, Wu levou o homem para o hospital e pagou-lhe as contas médicas. Mas a família do idoso começou a cobrar a Wu o pagamento de uma indemnização — apesar de Wu não ter atropelado o homem.
Além disso, relata também a agência de notícias estatal da China, a família de Wu recebeu telefonemas de um agente da polícia a exigir o pagamento de taxas hospitalares.
Wu ter-se-á suicidado por não ter o dinheiro e por causa da pressão que sofreu.

Versão contestada
Esta versão da história, contudo, é contestada pela família do idoso, que acredita que terá sido Wu a atropelar o idoso.
“Se ele não tivesse atropelado o o meu pai com a mota, por que seria tão gentil, levando-o ao hospital e pagando as contas?”, questiona a filha mais velha do idoso numa entrevista ao jornal Guangzhou Daily, citada pela BBC.
O que quer que tenha acontecido, a história de Wu Weiqing gerou grande controvérsia nas redes sociais chinesas e mais uma vez levantou discussões sobre os rumos da sociedade do país.
“O que está a acontecer na nossa sociedade? Como alguém pode ser um homem bom na China?”, questionou um utilizador do site de microblogs Weibo.
“Este é o resultado de um sistema sem atendimento médico gratuito. Quem ajudar outra pessoa terá problemas”, escreveu outro utilizador da mesma rede, considerada o Twitter chinês.
 caso de Wu Weiqing não é o primeiro. Já ocorreram outros casos de pessoas que depois de feridas em acidentes tentaram extorquir dinheiro dos chamados “bons samaritanos” – pessoas que tentaram ajudá-las, tendo ou não sido responsáveis pelo ocorrido.
Por outro lado, o atendimento de saúde gratuito fornecido pelo governo é limitado e muitas vezes a conta – alta – do tratamento sobra para a própria vítima do acidente.

Materialismo
Muitos chineses também acreditam que o materialismo substituiu a compaixão e o país perdeu os padrões morais do passado.
O caso mais comovente foi o de Wang Yue, uma menina de dois anos, atropelada em 2011.
Um total de 18 pessoas, entre transeuntes e motoristas, passou ao lado da criança ferida e caída no chão sem prestar ajuda. Até que finalmente alguém foi até a menina para levá-la a um hospital.
A criança morreu devido aos ferimentos.~
Depois da forte reacção da opinião pública ao caso, a cidade de Shenzen, próxima de onde ocorreu o incidente, introduziu a lei do “Bom Samaritano”, tornando obrigatória a prestação de ajuda a estranhos feridos ou acidentados.
Mas a história de Wu Weiqing pode levar muita gente a pensar duas vezes antes de ajudar uma pessoa que esteja com problemas ou aparentemente ferida.



quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Mapa corporal das emoções é universal


A notícia começa assim...

«O filme O Cavalo de Turim, do realizador húngaro Béla Tarr, arranca com um narrador a contar uma história profética sobre Friedrich Nietzsche. Segundo relatos, o filósofo alemão saiu para a rua da cidade italiana, num dia de Janeiro de 1889, e viu, ao longe, um cavalo que se recusava a andar, a ser chicoteado por um homem numa carroça. Nietzsche não aguentou e insurgiu-se com a cena, impedindo a violência, abraçando o animal, chorando. Béla Tarr escolheu no seu filme seguir aquele cavalo, a caminho da escuridão. Mas é Friedrich Nietzsche quem fica caído numa rua de Turim, iniciando a última década da sua vida, dez anos de loucura, depressão e ausência.
Se o filósofo nos pudesse descrever o que sentiu no corpo, quando estava caído, era provável que nos falasse de um nó na garganta, um aperto no peito, uma tensão na região dos olhos e de sentir os braços e pernas frios, distantes. A descrição pode traduzir o mapa corporal das sensações associado à tristeza. Este é um de vários mapas corporais das emoções, definidos por uma equipa de investigadores da Finlândia num trabalho em que defendem que estes padrões são universais, ultrapassando fronteiras geográficas e culturais, e deverão ter uma raiz biológica, explica-se no artigo publicado nesta segunda-feira na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
“Muitas vezes sentimos as emoções directamente no corpo”, lê-se no artigo. Um exemplo clássico, também referido no artigo, é o formigueiro no estômago associado ao início sempre surpreendente do amor.»
Para continuar a ler...
http://www.publico.pt/ciencia/noticia/mapa-corporal-das-emocoes-e-universal-quando-estamos-felizes-zangados-ou-tristes-1617943#/0