O aluno André Patrício (11ºE) apresenta uma posição diferente da dos seus colegas. Vejamos a sua argumentação:
A mundialmente conhecida
empresa Facebook anunciou recentemente que iria incluir no seguro de saúde das
suas funcionárias a hipótese de congelarem os seus óvulos, tornando possível o
adiamento da gravidez, cobrindo os custos deste processo até 20 mil dólares. A
empresa Apple anunciou também que iria tomar as mesmas medidas de pagamento
deste processo, mas com um valor ilimitado, permitindo às suas funcionárias uma
melhor gestão da sua vida pessoal e profissional, tendo explicado num
comunicado feito á ABC News que: “Queremos dar poder às mulheres na Apple para
fazerem o melhor trabalho das suas vidas enquanto cuidam dos seus entes
queridos e criam as suas famílias".
Ao serem anunciadas as intenções destas duas
grandes empresas no que diz respeito às opções dadas as suas funcionárias no
controlo de natalidade, houve de imediato um descontentamento em relação a
estas medidas, pois foram interpretadas como apenas mais uma maneira de estas
grandes empresas aumentarem o seu lucro ao extorquirem mais tempo de trabalho
às suas trabalhadoras, pois quando uma mulher engravida é lhe dada licença de
maternidade e pode ausentar-se do trabalho, levando a uma descida de lucro por
parte da empresa.
No
processo de analisar uma situação como esta não seria de maneira nenhuma
correto apenas considerar as vantagens que a empresa obtém com estas medidas,
afinal estas mudanças têm como alvo as funcionárias das empresas, logo é
imperativo ter em conta como todas estas mudanças afectam as suas vidas, em vez
de apenas condenar tudo o que é feito por estes gigantes da indústria sem ao
menos sabermos todos os aspectos destas alterações.
Ao contrário do que é dado a entender pelos
meios de comunicação, a proposta das empresas Facebook e Apple não engloba só o
congelamento de óvulos, mas sim todo um conjunto de opções que permitem um
melhoramento na vida familiar das indivíduas que trabalham para estas. A
empresa Facebook por exemplo, além de cobrir até 20 mil dólares dos custos do
congelamento dos óvulos, oferece ainda apoio à adopção, utilização de barrigas
de aluguer e outros métodos de fertilidade para ambos os sexos, demonstrando
assim o seu maior interesse pelo bem estar dos funcionários do que pelo aumento
do lucro total da empresa. A empresa de tecnologia Apple, vai mais longe, e
além de cobrir as despesas do congelamento dos óvulos das suas trabalhadoras e
de oferecer um programa de apoio à adopção de crianças, cobre ainda as despesas
de educação por parte dos empregados e permite o prolongamento da licença de
maternidade, uma medida que vai contra as suposições feitas em relação à
tentativa de aumentar o tempo de trabalho dos empregados. O
professor da Escola de Direito de Harvard e especialista na relação entre a
bioética e o direito, Glenn Cohen, vê o lado positivo nas ofertas dadas pela
Apple e Facebook e afirma: “As mulheres têm mais opções de escolha que não
poderiam suportar de outra forma”.
É também necessário reforçar que estas
empresas estão apenas a dar opções aos seus funcionários, ou seja, ninguém é
forçado a optar por estes métodos, sendo assim, como podem estas medidas ser
consideradas nocivas para os trabalhadores? Apenas lhes é dada a possibilidade
de usar estas ofertas para melhorar a sua vida, caso não haja a necessidade de
tal, os funcionários podem continuar a sua profissional como sempre fizeram.
Mas e quanto às pessoas que optam pelo processo da remoção de óvulos? Poderão
elas sair prejudicadas desta operação, estando assim as empresas Facebook e
Apple a incentivar algo que poderá afetar negativamente a vida dos seus
funcionários?
A
mulher sujeita a esta intervenção não corre qualquer risco, podendo em pior
caso vir a sentir uma dor abdominal devido a um distúrbio metabólico, sintoma
que poderá ser facilmente resolvido pelo médico que acompanha este processo. A
gravidez em si ocorrerá como uma gravidez normal, não alterando em nenhum
aspecto a saúde do embrião. Então porque usar este processo em vez de
simplesmente esperar pela altura mais favorável? Foi efectuado um estudo escocês que afirma que maioria
das mulheres perde 90% dos óvulos até os 30 anos, biologicamente falando, o melhor momento
para ter um filho é dos 20 aos 30 anos, é quando é provável ter-se menos
problemas na gravidez, e tem uma menor incidência de doenças. A partir dos 37
anos a taxa de fertilidade desce muito rapidamente e a qualidade do óvulo aos
40, por exemplo, é metade ou um terço de um óvulo aos 27; de facto, foi provado
que aos 25 anos, 75% das mulheres conseguem engravidar em seis meses, aos 30, a
taxa cai para 40% e aos 40 anos, para 25%.
Sendo assim podemos
claramente concluir que estas novas mudanças sobre a possibilidade do
congelamento de óvulos vindas das empresas Facebook e Apple não são apenas mais
uma maneira de aumentar o seu lucro, mas sim genuína preocupação pelo bem estar
dos seus funcionários.
* título da nossa responsabilidade e retirado do texto
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