quarta-feira, 22 de junho de 2016

Em defesa do libertismo

O aluno Henrique Santos, do 10º G, apresenta a sua posição perante o problema do livre arbítrio.

Eu considero que o homem é a causa da sua ação e que o agente autodetermina a sua ação. Defendo, portanto, o libertismo e a existência de livre-arbítrio nas nossas ações.
                As ações resultam de deliberações racionais e podem alterar o normal decurso dos acontecimentos. Se assim não fosse, então não haveria sentido para a vida. Adotando uma perspetiva de que tudo o que homem faz é aleatório ou totalmente determinado, então não haveria um propósito para viver pois se nada pudéssemos fazer de nossa viva vontade seríamos apenas como marionetas e não faria sentido estarmos no mundo e vivermos.
                Existe também outra questão muito importante: a grande maioria das pessoas sente-se livre. Se assim o é, então, por uma questão de maioria, o livre-arbítrio é real. Até porque, caso não fosse, também não haveria responsabilidade e, mais uma vez, a grande maioria das pessoas responsabiliza-se pelas suas ações e a própria justiça responsabiliza as pessoas pelas suas ações. Seria ridículo alguém cometer um atentado terrorista onde matasse milhares de pessoas e argumentar em tribunal que não tinha responsabilidade pelo que fez pois tudo o que faz é aleatório ou então totalmente determinado por acontecimentos anteriores e, portanto, não acatar qualquer responsabilidade.
                Pensemos na primeira ação de todas praticada por um ser humano. Sendo a primeira, não haveria nada anterior que o ser humano tivesse vivenciado e que, portanto, o pudesse influenciar, logo seria uma escolha. E mesmo que todas as outras ações que se seguissem derivassem um bocadinho que fosse dessa primeira ação, estas derivariam de uma escolha, do livre-arbítrio. 
                Quanto à aleatoriedade das nossas ações, se pensarmos em algo tão simples como comer, esta ação foi escolhida ser praticada, mas tem uma causa que é, por exemplo, a fome, logo não é aleatória. A própria fome nem sequer é aleatória, pois inevitavelmente temos fome todos os dias e, por norma, mais ou menos à mesma hora. Como poderia isto ser aleatório? Não faz qualquer sentido afirmar tal coisa.

                Concluindo, o livre-arbítrio é real. Há um sentido para a vida e a maioria das pessoas acredita ter livre-arbítrio e responsabilidade pelas suas ações. O determinismo não pode ser totalmente verídico por causa da questão da primeira ação pratica por um ser humano e o indeterminismo também não pode ser real pois as nossas ações têm fundamentos e não são de todo aleatórias. O mundo natural, de facto, é regido pelas leis inexoráveis da Natureza, mas o pensamento nunca pode estar dependente das leis do mundo em que vivemos. É portanto algo superior que não conseguimos entender mas que devemos perceber a sua existência e tentar entendê-lo através do livre-arbítrio que este nos confere.

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