O aluno Henrique Santos, do 10º G, apresenta a sua posição perante o problema do livre arbítrio.
Eu considero que o homem é a causa da sua ação e que o agente
autodetermina a sua ação. Defendo, portanto, o libertismo e a existência de
livre-arbítrio nas nossas ações.
As ações resultam
de deliberações racionais e podem alterar o normal decurso dos acontecimentos.
Se assim não fosse, então não haveria sentido para a vida. Adotando uma
perspetiva de que tudo o que homem faz é aleatório ou totalmente determinado,
então não haveria um propósito para viver pois se nada pudéssemos fazer de
nossa viva vontade seríamos apenas como marionetas e não faria sentido estarmos
no mundo e vivermos.
Existe também
outra questão muito importante: a grande maioria das pessoas sente-se livre. Se
assim o é, então, por uma questão de maioria, o livre-arbítrio é real. Até
porque, caso não fosse, também não haveria responsabilidade e, mais uma vez, a
grande maioria das pessoas responsabiliza-se pelas suas ações e a própria
justiça responsabiliza as pessoas pelas suas ações. Seria ridículo alguém
cometer um atentado terrorista onde matasse milhares de pessoas e argumentar em
tribunal que não tinha responsabilidade pelo que fez pois tudo o que faz é
aleatório ou então totalmente determinado por acontecimentos anteriores e,
portanto, não acatar qualquer responsabilidade.
Pensemos na
primeira ação de todas praticada por um ser humano. Sendo a primeira, não
haveria nada anterior que o ser humano tivesse vivenciado e que, portanto, o pudesse
influenciar, logo seria uma escolha. E mesmo que todas as outras ações que se
seguissem derivassem um bocadinho que fosse dessa primeira ação, estas
derivariam de uma escolha, do livre-arbítrio.
Quanto à
aleatoriedade das nossas ações, se pensarmos em algo tão simples como comer,
esta ação foi escolhida ser praticada, mas tem uma causa que é, por exemplo, a
fome, logo não é aleatória. A própria fome nem sequer é aleatória, pois
inevitavelmente temos fome todos os dias e, por norma, mais ou menos à mesma
hora. Como poderia isto ser aleatório? Não faz qualquer sentido afirmar tal
coisa.
Concluindo, o
livre-arbítrio é real. Há um sentido para a vida e a maioria das pessoas
acredita ter livre-arbítrio e responsabilidade pelas suas ações. O determinismo
não pode ser totalmente verídico por causa da questão da primeira ação pratica
por um ser humano e o indeterminismo também não pode ser real pois as nossas
ações têm fundamentos e não são de todo aleatórias. O mundo natural, de facto,
é regido pelas leis inexoráveis da Natureza, mas o pensamento nunca pode estar
dependente das leis do mundo em que vivemos. É portanto algo superior que não
conseguimos entender mas que devemos perceber a sua existência e tentar
entendê-lo através do livre-arbítrio que este nos confere.
Sem comentários:
Enviar um comentário