quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Mapa corporal das emoções é universal


A notícia começa assim...

«O filme O Cavalo de Turim, do realizador húngaro Béla Tarr, arranca com um narrador a contar uma história profética sobre Friedrich Nietzsche. Segundo relatos, o filósofo alemão saiu para a rua da cidade italiana, num dia de Janeiro de 1889, e viu, ao longe, um cavalo que se recusava a andar, a ser chicoteado por um homem numa carroça. Nietzsche não aguentou e insurgiu-se com a cena, impedindo a violência, abraçando o animal, chorando. Béla Tarr escolheu no seu filme seguir aquele cavalo, a caminho da escuridão. Mas é Friedrich Nietzsche quem fica caído numa rua de Turim, iniciando a última década da sua vida, dez anos de loucura, depressão e ausência.
Se o filósofo nos pudesse descrever o que sentiu no corpo, quando estava caído, era provável que nos falasse de um nó na garganta, um aperto no peito, uma tensão na região dos olhos e de sentir os braços e pernas frios, distantes. A descrição pode traduzir o mapa corporal das sensações associado à tristeza. Este é um de vários mapas corporais das emoções, definidos por uma equipa de investigadores da Finlândia num trabalho em que defendem que estes padrões são universais, ultrapassando fronteiras geográficas e culturais, e deverão ter uma raiz biológica, explica-se no artigo publicado nesta segunda-feira na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
“Muitas vezes sentimos as emoções directamente no corpo”, lê-se no artigo. Um exemplo clássico, também referido no artigo, é o formigueiro no estômago associado ao início sempre surpreendente do amor.»
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http://www.publico.pt/ciencia/noticia/mapa-corporal-das-emocoes-e-universal-quando-estamos-felizes-zangados-ou-tristes-1617943#/0

3 comentários:

  1. Desde a existência humana que as emoções, na sua globalidade, são inerentes ao ser humano. Deste modo, as ligações emocionais adquiriram, ao longo dos tempos, uma grande importância relativamente à interação social, uma vez que nos permitem comunicar com as pessoas ao nosso redor. É através das emoções e afetos que conseguimos, também, demonstrar aquilo que sentimos realmente.
    Em primeiro lugar, é de capital importância distinguirmos a aceção de emoção. As emoções apresentam uma grande complexidade, na medida que expõem um conjunto de sentimentos, pensamentos, desejos, comportamentos e situações. Além disso, evidenciam inúmeras características, tais como a durabilidade, a intensidade, a versatilidade, a polaridade e a expressividade. Podemos classificar as emoções como primárias ou secundárias. De facto, a principal característica que as distingue é o seu caráter universal e o seu condicionamento cultural, respetivamente. É nesta sequência que podemos relacionar o comportamento do dono do cavalo e Friedrich Nietzsche. Ao contrário de Friedrich Nietzsche, que interveio imediatamente naquela situação, uma vez que lhe causava um grande desconforto e tristeza, o dono do cavalo mostrou-se indiferente em relação às chicoteadas a que o cavalo estava sujeito.
    Segundo uma equipa de investigadores finlandeses, era possível detetarmos as diferentes emoções que ocorreram durante a situação descrita através do mapa corporal das emoções. De acordo com este mapa, as nossas emoções desencadeiam diferentes reações em diferentes regiões, independentemente da condição social ou cultural em que se encontram, sendo este justificado por fatores biológicos. Em oposição às emoções secundárias, que são condicionadas pela cultura, estes investigadores acreditam que todas as emoções são universais, ultrapassando, assim, qualquer fronteira cultural.
    Posto isto, creio que o mapa corporal reflete a inerência das emoções no ser humano, independentemente das suas circunstâncias sociais e culturais. Neste sentido, depreendo que todos nós estamos subjugados a emoções como alegria, tristeza, medo, aversão ou nojo. Reflito, assim, que a frase proferida por Friedrich Nietzsche “Mutter, ich bin dumm” retrata os pensamentos do filósofo, após a tomada de consciência de que, até mesmo ele, está sujeito a emoções que não consegue suprimir e explicar, segundo a sua ideia de que “Deus está morto”.

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    1. Comentário elaborado pela aluna Bruna Alves, nº3 da turma 12ºG

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  2. Ao analisar a publicação e ao aperceber-me de que, de facto, certas emoções pertencem ao património genético da espécie humana e que são, por isso, universais e reconhecíveis em qualquer ser humano de qualquer cultura fez-me pensar no quanto todos nós somos, realmente e independentemente do sítio onde nascemos e crescemos, muito parecidos e que embora cada pessoa exprima de forma diferente e manifeste as emoções de forma distinta, e é, por exemplo, na imagem da publicação reconhecível a emoção que cada pessoa representa (a raiva, o medo, a repulsa, a surpresa, a alegria e a tristeza, respetivamente).

    Sendo estas as emoções básicas inatas ao ser humano e, como referi anteriormente, mesmo que cada um as manifeste de forma diferente todos nós as conseguimos distinguir através de expressões e comportamentos.
    F.L. 12ºH

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