Sempre que sentimos necessidade de tomar posição sobre um assunto acerca do qual várias são possíveis, recorremos à argumentação. Recolhemos dados, informações e organizamos um discurso que apresente boas razões para sustentar a nossa tese.
Foi o que fez o M.F. do 11º C, num texto intitulado «Igualdade de género».
«Igualdade de género, uma
necessidade social, uma obrigação moral, um direito e um dever, a igualdade
entre géneros é algo que tem vindo a ser estabelecido com o decorrer de
gerações, porém não se encontra tão fixa nos dias de hoje como talvez deveria.
Desde o início dos
tempos, o ser humano tem assumido uma estrutura social relativamente
hierarquizada, existindo sempre a figura de um líder. Se formos analisar os
grandes líderes ao longo dos tempos, encontraremos homens e mulheres, porém, se
procurarmos saber o número de líderes pertencentes ao sexo feminino e de
líderes pertencentes ao sexo masculino da História, acharemos uma notável
ausência de ladies, verificando então uma enorme presença de lords.
Mas porquê?
Nos primórdios da
humanidade, em que a vida humana se resumia à satisfação das nossas
necessidades corporais, talvez tenha feito sentido a maior presença de líderes
masculinos, devido às diferenças entre a fisionomia do homem e da mulher. O
homem, mais forte, em norma, por razões biológicas, estava mais apto para a
árdua e perigosa caça que sustentava a tribo. Para além disso, a presença em maior quantidade de hormonas
como a testosterona no corpo masculino podia inspirar noutros membros da tribo
reações do foro bioquímico que os levariam a considerar o seu líder um homem e
não uma mulher.
Porém, com o evoluir do
homem e do ambiente historico-cultural que o rodeia, a força bruta deixou de
ser um atributo necessário à constituição de um líder. No entanto, a ideia de
um líder forte e viril estava enraizada no sociedade, e a mulher era percebida
como frágil e fraca. Com o passar do tempo a desigualdade entre géneros mantinha-se
enorme, até que, nos séculos XVIII e XIX, com a criação da Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, a mulher passou a reclamar aquilo que
merecia, um estatuto igual ao do homem.
Então, no mundo inteiro,
foram surgindo movimentos feministas, como as suffragettes, no final do
século XIX, e mentes feministas brilhantes, como Simone de Beauvoir, no século
XX.
Hoje em dia, a igualdade
de género encontra-se a níveis muito mais aceitáveis do que anteriormente, no
entanto, ainda há mulheres que sofrem às mãos dos seus patrões, recebendo menos
dinheiro que os homens para trabalhos iguais.
Alguns decerto dirão que
"as mulheres deviam receber menos que os homens porque trabalham
menos".
Este argumento para além
de falso é falacioso, pois as mulheres não trabalham menos que os homens, e,
para além disso, o que está a ser posto em causa é o facto de para cargos
iguais, e indivíduos com as mesmas qualificações, as mulheres receberem menos
dinheiro. Isto é-nos confirmado por dados recolhidos em 2013: as mulheres
recebem em média menos 173 euros por mês do que os homens, em Portugal.
Verificamos ainda
desigualdade de género nos meios de comunicação, quando por exemplo uma mulher
cujo cônjuge é famoso, nos é apresentada numa notícia como: "mulher de...".
Este é o mais perigoso tipo de desigualdade social, pois, para além de ser
intrínseco aos indivíduos da nossa sociedade, não é condenável aos olhos da
lei.
Devo no entanto constatar que não são só as
mulheres vítimas da desigualdade de género. Os homens também a sofrem, quando,
por exemplo, querem reportar à polícia algum tipo de abuso da parte de um
indivíduo do sexo feminino e são posteriormente gozados por colegas, conhecidos
ou até mesmo os agentes da polícia.
Concluo com a minha opinião de que a igualdade
de géneros não devia sequer ser um problema colocado numa sociedade tão
avançada como a nossa, pois para além de imoral é ilegal; segundo a
Constituição da República Portuguesa, “Todos os
cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.”»
Questão muito antiga não resolvida, a questão da igualdade de género
está na ordem do dia e, inclusivamente, na agenda política. Em Portugal
temos, sob a alçada da Presidência do Conselho de Ministros, uma
Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), cuja fundação
data de 1977, o que revela um interesse institucional em enfrentar um
problema e contribuir para encontrar as melhores soluções. No seu site
- https://www.cig.gov.pt/ -
encontramos informações e documentação relevante para melhor refletir
sobre esta questão e desenvolver um pensamento crítico e informado,
objetivo importante do trabalho que desenvolvemos com os nossos alunos.
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