sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

"E sobre a questão da droga o que é que pensas?" - II

(cont.)

DANIEL: E sobre a questão da droga o que é que pensas? Onde é que ficam os toxicodependentes na tua escola? Têm uma zona à parte?
DIOGO: Não acredito que existam muitos, mas se existem estão no pátio. Pois há muitos e uma pessoa por vezes não sabe quem são. Provavelmente estão em todos os grupos só que como não se drogam na escola, talvez ainda estejam em fases iniciais, não se dá pela presença do toxicodependente, mas sim do fulano tal. Que se note nitidamente que são, há poucos. Talvez 3 ou 4. Ou estão no bar ou no pátio.
DANIEL: Andam uns com os outros?
DIOGO: Não andam uns com os outros mas conhecem-se. Mas depois também têm o seu grupo de amigos que provavelmente não são toxicodependentes. Que os ajuda ou coisas assim.
DANIEL: Por que é que tu achas que as pessoas se drogam? Quais são os fatores? Pelo que vês nos teus amigos...
DIOGO: Problemas familiares, problemas psicológicos [...]. Podem não ter nada a ver com o exterior. Pode ser ele próprio que se sente mal consigo próprio. Familiares, no grupo de amigos. Acho que todos os fatores da sociedade afetam ou podem afetar. É mais ou menos como o cancro: há vários setores que podem infetar, que podem formá-lo. Quanto mais fatores estiverem em relacionamento mais provável é a existência do cancro.
DANIEL: É muito fácil uma pessoa encontrar drogas na tua escola ou numa festa?
DIOGO: Conforme a droga. Há drogas leves e drogas fortes. A droga leve é relativamente fácil de encontrar.
DANIEL: O haxixe por exemplo?
DIOGO: Por exemplo...
DANIEL: O que leva uma pessoa a não consumir?
DIOGO: A não consumir? O pensar que faz mal. Toda a propaganda que há à volta disso... que é uma droga, que pode levar à droga dura. As pessoas sabem que é uma droga e que portanto não se deve fumar.
DANIEL: Achas que os jovens poderiam fazer alguma coisa em termos de prevenção?
DIOGO: Acho que deveriam ser os primeiros a fazê-lo. Porque normalmente são os jovens que são capazes de dizer aos jovens qualquer coisa, comunicar algo que fique dentro deles e não os adultos, porque normalmente quando os adultos nos dizem qualquer coisa, nós tentamos contrariar.»

Idem, pp. 26-28

1 comentário:

  1. No encontro com o professor Daniel Sampaio pudemos debater vários assuntos relacionados todos eles com a adolescência, nomeadamente o amor e a sexualidade, a Internet e a modificação da relação com os outros. Na minha opinião foi um encontro bastante interessante, visto que nos sentimos à vontade para esclarecer algumas dúvidas que tínhamos acerca de nós mesmos, acerca da nossa relação com os outros e de que forma isso poderia prejudicar tanto a nós como aos que se encontram à nossa volta.
    Observei também que o vocabulário utilizado pela parte do professor, foi simples e sem grandes complexidades, de forma que, nós alunos, conseguíssemos entender todos os assuntos que ele abordou.

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