segunda-feira, 9 de julho de 2018

Ainda acerca de "Vozes e Ruídos», a palavra dada aos alunos (4)

Na continuidade de posts anteriores.

Devemos dizer que muitos dos nossos alunos leram integralmente, com gosto,  o livro que propusemos para análise "Vozes e Ruídos". Após o encontro com o autor, o entusiasmo redobrou em alguns alunos, que adquiriram e leram outras obras, como nos foram dando conta e como foi visível em alguns trabalhos realizados.

Se eu fosse o autor...




A vigésima primeira adolescência

As adolescências experienciadas durante o século XXI foram, sem duvida alguma, as que mais alterações sofreram em tão pouco tempo. Basta-nos pensar em relação ao facto de a internet ter surgido em todos os dispositivos móveis apenas em 2011,e  para a grande maioria dos adolescentes é praticamente impensável comunicar sem ela.
A vida de um jovem nesta civilização moderna acaba por ser talvez das mais vazias. Muitos dos motivos que estão no centro das preocupações da maioria dos adolescentes residem nas redes sociais. Os adolescentes vivem disso. Nós vivemos disso. É estranho e curioso como a quantidade de “gostos” em determinada rede social pode determinar a superioridade ou inferioridade de alguém- principalmente no que toca adolescentes.
Durante a leitura que fiz do dialogo do jovem Diogo, não consegui evitar fazer uma comparação entre os “betos” com os populares das redes sociais e os “do bar” que são os outros- os que não tem milhares de seguidores na conta de instagram e que não fazem um vídeo do seu almoço- ou talvez o façam, mas não com gente o suficientemente popular para que lhes sirva de forma de alcançar um pedestal, praticamente inalcançável, que é ser considerado influencer . Mas muito do que não é discutido é o facto de este fervor por popularidade não ser apenas exclusividade adolescente, mas também da maioria da comunidade adulta, é como diz um dos ditados do século XXI “posta-o ou então nunca aconteceu”, e damos por nós a viajar numa tela de ecrã e a ver fotos dos nossos “amigos” que se sentem “abençoados”, “doentes”, “desanimados”, etc.
Até que ponto pode uma mensagem substituir um “bom dia” pela manhã? Será possível sentir da mesma forma o que no fundo não foi experienciado? A ciência afirma que não. Então se uma mensagem não substitui um cumprimento, porque continuamos nós agarrados aos telemóveis como se deles dependêssemos?
É como se a comunicação perdesse a sua magia.


Na minha opinião, este é o capitulo que falta na obra do professor Daniel Sampaio, um capitulo que analise a adolescência e a sua relação com a tecnologia, desde a infância até à idade adulta.


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