domingo, 19 de abril de 2020

A exposição de Ai Weiwein faz dele "o artista mais popular do mundo" (2)

De 2 de outubro a 2 de novembro, de 2019, a Galeria Lissen, em Londres, apresentou uma grande exposição de Ai Weiwein, com o título "Raízes", após uma primeira mostra no Brasil, em S. Paulo. É possível ver aqui, no site oficial, um video representativo:
https://www.lissongallery.com/exhibitions/ai-weiwei-roots (consulta a 18 de abril de 2020)



No jornal Público, pouco tempo depois, a 14 de novembro de 2019, é publicado um artigo de Francisco Bettencourt sobre esta exposição e sobre o autor.

«Raízes de árvores encontradas na costa brasileira, tratadas, moldadas, ligadas e cobertas por ferro fundido de maneira a criar enormes esculturas de quatro a seis metros por dois ou três, sólidas e pontiagudas, espetros da floresta com formas surpreendentes, de cor castanha alaranjada, obtida através da patina ferrugenta.»

Nesse mesmo jornal, precisamente este mês, a 1 de abril, no título apelativo do artigo de Lucinda Canelas, Ai Weiwein é apelidado "o artista mais popular do mundo", de acordo com o critério das exposições mais vistas de um artista, a título individual.

«Esta mostra, que inclui as suas esculturas feitas a partir das raízes de uma árvore protegida da floresta atlântica brasileira, a pequi-vinagreiro, foi vista por mais de 1,1 milhões de pessoas no total dos quatro locais e terá registado tão grande afluência, avança como hipótese o Art Newspaper, porque, quando estava no Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio (onde teve 600 mil visitantes), coincidiu com os grandes fogos na Amazónia, que comoveram o mundo e colocaram a tónica na protecção do meio ambiente


Retomamos o artigo de F.  Bettencourt:

«A obra de Weiwei, um dos maiores artistas contemporâneos, é feita na constante reflexão sobre a matéria. Para esta exposição ele visitou a costa do Brasil, trabalhou com comunidades e artesãos locais, selecionou raízes das árvores Pequi Vinagreiro em risco de extinção em Trancoso, Bahia. O protesto em relação ao nosso desenraizamento é patente, conjugado com a profunda simpatia pela sorte dos refugiados e a denúncia da constante agressão contra a floresta e os seus habitantes.»



«A sua própria condição de refugiado – Weiwei não tem passaporte da China, foi detido várias vezes pelo seu governo, tem um estúdio em Berlim e vive agora em Cambridge – está presente nesta tomada de posição pela recuperação da relação crucial entre os humanos e a natureza de que todos dependemos». Neste artigo, Ai Weiwei é classificado como artista concetual.

Nota: Os artigos do jornal Público a fazemos referência podem ser consultados em: https://www.publico.pt/2019/11/14/culturaipsilon/opiniao/ai-weiwei-1893095 e em

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