Perante os desafios do mundo contemporâneo, perante as possibilidades abertas pelo desenvolvimento da ciência e da tecnologia, surgem perguntam que nos interpelam enquanto homens. Quando as nossas perguntas se referem ao mundo em que habitamos e que queremos habitar, ao mundo pelo qual somos responsáveis, todos somos poucos para encontrar as melhores respostas.
Ouçamos, por exemplo, Frei Bento Domingues:
«Não estamos no pior nem no melhor dos mundos. Os
progressos científicos e tecnológicos são incontestáveis, mas a quem
aproveitam? Quem são os seus beneficiários? Servem para o bem da humanidade
inteira ou criam novas desigualdades? As grandes decisões sobre a orientação da
pesquisa científica e sobre os investimentos que exigem devem ser tomadas pelo
conjunto da sociedade ou ditadas apenas pelas regras do mercado ou pelo
interesse de poucos?»
E para quem possa pensar ainda que na abordagem dos desafios do mundo contemporâneo a ciência e a religião estão em conflito, também nos diz Frei Bento Domingues:
«A guerra de insultos entre ciência e religião só pode
ser alimentada e divulgada pelo persistente desconhecimento da natureza destas
duas atitudes e práticas, igualmente humanas e diversas. Não são concorrentes,
pois não brotam das mesmas perguntas, nem seguem os mesmos caminhos. Uns são os
métodos da investigação científica, outros os percursos da experiência
religiosa.» (Frei Bento Domingues, «Quem desafia quem», in Público de 10 de dezembro de 2017)
Sem comentários:
Enviar um comentário