quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

A Organização Mundial de Saúde classifica a dependência de videojogos como doença mental

É já normal nos dias de hoje, onde quer que vamos, onde quer que estejamos, encontrar jovens e menos jovens agarrados ao telemóvel ou equipamentos afins... À mesa de café, à mesa do restaurante...
À saída da sala de aula já as mãos dos alunos seguram o telemóvel, os corpos encostam-se à parede, não se olham, não se vêem, já nem sequer se ouvem, ocupados que estão os ouvidos com os phones... A utilização de equipamento informático é uma realidade dos nossos dias, marca de uma sociedade e de uma cultura científico-tecnológica. A rapidez das transformações que têm ocorrido, o modo como  telemóveis, smartphones, tablets...invadiram o nosso quotidiano tornaram-nos imprescindíveis. As consequências no nosso comportamento, no modo de pensar e de comunicar não são ainda compreendidas em toda a sua extensão, incluindo no processo de crescimento e de desenvolvimento intelectual e psicoafetivo das gerações mais jovens. No entanto, algumas coisas já estão a ser tomadas como certas. Pode haver o desenvolvimento de comportamentos aditivos, tão graves como outras dependências já conhecidas como as do álcool ou outras drogas. Porém, nunca qualquer instrumento pode ser tomado como bom ou mau, apenas o seu uso pode ser classificado deste modo.
Estamos nós preparados para uma educação que promova um bom uso das novas tecnologias?


«A dependência de videojogos foi finalmente incluída na lista de doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma decisão aplaudida por médicos do mundo inteiro, que dizem que a classificação desta dependência como um distúrbio psiquiátrico poderá vir a facilitar o tratamento.


A decisão de classificar esta dependência como um problema de saúde mental surgiu depois de uma monitorização do transtorno feita ao longo de dez anos, levada a cabo pela OMS. A definição final não foi ainda lançada, mas deverá sê-lo já em Janeiro de 2018.
Esta adição caracteriza-se por um padrão de comportamento de jogo “contínuo ou recorrente”, no qual o jogador não consegue controlar, por exemplo, o início, a frequência, a intensidade, a duração e o contexto em que joga. As crianças passam a isolar-se do contexto familiar e dos amigos, chegando mesmo a deixar de fazer actividades que eram habituais, desenvolvendo problemas de sono e alimentação e baixando o rendimento escolar.
“É a confirmação de que esta é uma questão de saúde “mental”, que é grave. É muito importante haver o reconhecimento de que não é um problema simples de alguns adolescentes. Há uma minoria que tem problemas muitos graves e que têm que ser diagnosticados, o que será mais fácil com a publicação dos critérios”, declarou ao Diário de Notícias o psicólogo especialista em adições na área do jogo, Pedro Hubert.
Para Pedro Hubert, este reconhecimento por parte da OMS vai permitir “fazer legislação, prevenção, diagnóstico e tratamento”, ao mesmo tempo que contribuirá para que “os próprios promotores de videojogos possam ser responsabilizados pelo que fazem”, disse ao DN.
Em Portugal, segundo os dados cedidos por Pedro Hubert, a percentagem de jogadores patológicos subiu de 0,3% em 2012 para 0,6% em 2017 e a de abusivos passou de 0,3 para 1,2%. Números, refere o psicólogo, em que se incluem jogadores de videojogos.
Entre os principais sintomas e sinais do vício deste tipo de jogos, o psicólogo destaca os problemas de sono, os fracos resultados académicos, o isolamento, a troca de prioridades e uma má alimentação.»
Notícia retirada daqui: https://shifter.pt/2017/12/vicio-por-jogos-eletronicos-organizacao-mundial-de-saude/

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