retirado de http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-10-23-Daniel-Sampaio-A-psiquiatria-nao-me-fez-entender-o-amor-mas-tornou-me-mais-humano |
A sua dedicação pioneira aos adolescentes é reflexo de uma adolescência que devia ter sido mais bem resolvida?
É sempre. Na última lição digo de mim próprio que fui um adolescente um pouco sombrio e demasiado responsável. Também tive alguma militância política, distribuía panfletos contra Salazar. Tudo muito sério. Devia ter-me divertido mais. Mas a ida para terapeuta de adolescentes foi ocasional. A minha formação foi na área de adultos, mas trabalhei com João dos Santos, que me alertou que os pedopsiquiatras não davam muito certo com adolescentes. Entusiasmou-me, ajudou-me e, quanto mais estudava, mais interessado ficava.
Tinha-lhe dado jeito encontrar um Daniel Sampaio na sua adolescência?
Acho que sim, gostava de ter falado com alguém. Os meus pais eram grandes educadores em termos da ética e valores, mas muito críticos e restritivos da minha liberdade. Gostaria de ter tido um bocadinho mais de liberdade.
Acho que sim, gostava de ter falado com alguém. Os meus pais eram grandes educadores em termos da ética e valores, mas muito críticos e restritivos da minha liberdade. Gostaria de ter tido um bocadinho mais de liberdade.
Como chegou à psiquiatria?
Com 17 anos queria ser ator de teatro, mas fui muito influenciado por uma professora de Filosofia, que me aconselhava Psicologia ou Psiquiatria. Fui para Medicina e nunca pensei noutra especialidade. Achava que a psiquiatria ia explicar-me tudo.
(...)
Um amigo seu, António Lobo Antunes, escreveu que “nós somos quem fomos”. Quem foi Daniel Sampaio?
A infância e a adolescência explicam quem sou. O que tenho de positivo: ser responsável e ter noção de serviço devo aos meus pais, alguma reserva e o meu lado um pouco sombrio à minha adolescência e a minha ternura devo-a fundamentalmente à minha avó e à minha mulher com quem sou casado há 45 anos.
Com 17 anos queria ser ator de teatro, mas fui muito influenciado por uma professora de Filosofia, que me aconselhava Psicologia ou Psiquiatria. Fui para Medicina e nunca pensei noutra especialidade. Achava que a psiquiatria ia explicar-me tudo.
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Um amigo seu, António Lobo Antunes, escreveu que “nós somos quem fomos”. Quem foi Daniel Sampaio?
A infância e a adolescência explicam quem sou. O que tenho de positivo: ser responsável e ter noção de serviço devo aos meus pais, alguma reserva e o meu lado um pouco sombrio à minha adolescência e a minha ternura devo-a fundamentalmente à minha avó e à minha mulher com quem sou casado há 45 anos.
Excerto da entrevista dada ao Semanário Expresso a 23 de outubro de 2016. Disponível em http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-10-23-Daniel-Sampaio-A-psiquiatria-nao-me-fez-entender-o-amor-mas-tornou-me-mais-humano
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