quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Apple e Facebook pagam congelação de óvulos às funcionárias (3)

O aluno Francisco Mendes (11ºE), apresenta a sua posição:

Já é de conhecimento mundial a capacidade inovadora, a nível tecnológico, de grandes empresas como a Apple e o Facebook. Porém, tal como a capacidade de inovação caracteriza estas empresas, também a existência de grandes eventos é um fator de descrição das mesmas.
Cada vez mais, estas empresas, procuram ter presente no seu grupo de trabalhadores e funcionários a presença feminina com o objetivo de promover a criatividade e flexibilidade. Com isto, estas duas colossais entidades, lançam a oportunidade, às suas funcionárias, de melhor se concentrarem na sua carreira sem abdicar do desejo de, um dia, constituir uma família. Esta oportunidade é possível através do congelamento e armazenamento de óvulos daquelas que põe o conceito de carreira à frente do conceito de família, tentando-se, assim, aumentar e expandir a sua fertilidade. Mas, de acordo com isto, será assim tão simples como se faz parecer?
Embora o objetivo desta novidade tecnológica seja completamente legítimo e puramente evolutivo, maior parte das implicações desta novidade, parecem ser contra tudo aquilo que está ao alcance biológico do Homem, remetendo, assim, para o desequilíbrio natural.

Desta forma, esta tentativa de aumento de produtividade e concentração no emprego, torna-se um ato desumanamente capitalista, baseado numa descarada tentativa de manipulação e exploração humana. Isto é, incentiva-se as funcionárias a submeterem-se a uma desvalorização da vida humana em favor da evolução tecnológica, criando, consequentemente, uma inconsciente guerra entre a Vida e a Evolução onde a Vida perde completamente o seu valor e a Evolução acaba por sair triunfante. Posto isto, surge uma questão: "viver para trabalhar ou trabalhar para viver?" Se, inicialmente, o conceito de "emprego" foi criado no intuito de ser vencedor das necessidades básicas à vida, garantindo-as, esta iniciativa acaba por se resumir no oposto, vivendo-se assim para trabalhar.
É completamente claro que esta iniciativa é uma oportunidade facultativa, e não obrigatória, de organização e escolha do rumo da vida pessoal, uma vez que, a decisão final reside nos presentes valores e ideais de cada um. Mas, ainda que seja uma escolha facultativa, esta, é uma maneira indireta destas duas companhias avisarem as suas funcionárias da possível perda de lugar na empresa de acordo com a rejeição da suposta oportunidade "facultativa".
Para além de todas estas implicações polémicas contra valores e ideais sociais, religiosos, psicológicos e éticos, surgem também implicações a nível da saúde individual daqueles que se comprometem com tal processo, como é explicado pela ONG: "Retirar vários óvulos envolve injeções fortes de hormonas, algumas delas não aprovadas. A curto prazo, os riscos podem ser graves e a longo prazo são incertos, porque eles não foram estudados adequadamente, apesar da indústria de fertilidade ter vindo a utilizar estas hormonas durante décadas". Isto mostra o lado ignorante e ganancioso da legitimação antecipada de tal processo, sujeitando a integridade individual  à prática de iniciativas pioneiras insuficientemente estudadas.
Ainda que esta iniciativa procure libertar o sexo feminino da pressão biológica, em prol da sua carreira, as tentativas de parar o relógio biológico estão muito além das capacidades presentes na humanidade. Tudo isto se resume a uma inconsciente procura pelo desequilíbrio da Natureza, dando-se um passo maior do que aquele que se encontra ao alcance do Homem.


Os objetivos destas duas gigantes empresas são claros e obviamente lucrativos e evolutivos. Mas, até que ponto serão ignorados os valores e ideais humanos, tal como o equilíbrio da Natureza, devido à ignorância e inconsciência mundial na procura incansável da evolução? Como pode ser a evolução tão importante se, sem vida, não existiria o que evoluir?...

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