sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Discurso político?

A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos não deixou os nossos alunos indiferentes. Bem pelo contrário!! Aliás, não me lembro de nenhum outro acontecimento político ter causado tanto efeito...
Não tenho por hábito fazer qualquer tipo de comentário à política partidária. Procuro nunca resvalar para um discurso superficial, imediatista e fácil e conseguir levar a cabo o papel que considero ser o da filosofia: pôr travão à tendência acrítica e à dificuldade de análise racional dos problemas. Aliás, é também essa a maior dificuldade, e também o maior desafio, no seu ensino.

Quando o R.G. percebeu que iríamos abordar o discurso político no âmbito do tema «Argumentação e Retórica» sugeriu que analisássemos um discurso de Donald Trump. Muito bem! A primeira etapa era trazê-lo (traduzido).

1ª etapa cumprida!


Imagem retirada de http://www.magazineindependente.com/www2/trump-ja-estava-confiante-republicanos-vatariam-casa-branca/

Excertos do discurso de candidatura à presidência dos EUA – Donald Trump (16 de junho de    2015):

“O nosso país encontra-se numa situação extremamente problemática. Já não vencemos em nada. Era hábito vencermos, mas agora já não. Quando foi a última vez que ganhámos um acordo comercial, digamos, à China? Eles destroem-nos. Eu ganho sempre à China. Sempre.”
“Quando o México envia pessoas, não envia as melhores. (…) Envia pessoas com muitos problemas, e essas pessoas trazem os seus problemas com elas. Trazem drogas. Trazem crime. Eles são violadores. E talvez alguns sejam boas pessoas.”
“E lembram-se do site de 5 mil milhões de dólares? 5 mil milhões de dólares que gastámos num site, e ainda agora não funciona. Um site de 5 mil milhões de dólares. Eu tenho imensos sites, tenho-os em todo o lado. Contrato pessoas, elas fazem-me um site. Custa-me 3 dólares. O outro custou 5 mil milhões.”
“Precisamos de um líder que consiga os empregos de volta, que consiga trazer a manufatura de volta, que consiga trazer as forças militares de volta, que consiga tratar os nossos veteranos. Os nossos veteranos foram abandonados. (…) Precisamos de alguém que pegue na marca dos EUA e a faça grande de novo. Não está grande neste momento. Precisamos — precisamos de alguém — que pegue neste país e o faça grande de novo. Conseguimos fazer isso. Assim, senhoras e senhores, vou candidatar-me ao cargo de presidente dos EUA, e vamos tornar este país grande outra vez.”
“Vou ser o melhor presidente a nível de empregos que Deus alguma vez criou. Digo-vos isso. Vou trazer de volta os empregos da China, do México, do Japão, de diversos lugares. Vou trazer de volta os empregos e vou trazer de volta o dinheiro.”
“Temos 18 triliões de dólares em dívida. Não temos nada a não ser problemas. Temos forças militares que precisam de equipamento em todo o lado. Temos armas nucleares obsoletas. Não temos nada. Temos uma Segurança Social que vai ser destruída a não ser que uma pessoa como eu traga o dinheiro de volta para o país. Temos imensas pessoas que querem cortar nisso. Eu não vou cortar nisso; eu vou trazer dinheiro de volta e nós vamos salvá-la.”

Excertos do discurso sobre política de imigração – Donald Trump (27 de abril de 2016):
“Nos anos 40 salvámos o mundo. A nossa melhor geração venceu os Nazis e os imperialistas japoneses. Depois voltámos a salvar o mundo. Dessa vez, do totalitarismo e do comunismo. A Guerra Fria durou anos mas, adivinhem, ganhámos e ganhámos em grande. Democratas e Republicanos a trabalharem juntos fizeram o Sr. Gorbachev atender ao presidente Reagan, o nosso presidente, quando ele disse: “Deitem abaixo esse muro.” (…) Infelizmente, após a Guerra Fria a nossa política de imigração afastou-se gravemente do percurso. Falhámos em desenvolver uma nova visão. De facto, com o avanço dos anos, a nossa política de imigração começou a fazer cada vez menos sentido. A lógica foi substituída por tolice e arrogância, o que levou a desastre atrás de desastre.”
“Estamos a reconstruir outros países enquanto enfraquecemos o nosso. Acabar com o roubo de empregos americanos dar-nos-á os recursos necessários para reconstruir as nossas forças armadas, o que tem de acontecer, e recuperar a nossa força e a nossa independência financeira. Eu sou o único candidato à presidência que percebe isto, e isso é um grave problema. Eu sou o único — acreditem, eu conheço-os a todos – eu sou o único que sabe como remediar a situação.”
“E depois existe o Estado Islâmico. Eu tenho uma simples mensagem para eles. Os seus dias estão contados. Não lhes direi quando e não lhes direi como. (…) Mas eles irão desaparecer. O estado Islâmico vai desaparecer se eu for eleito presidente. E vai desaparecer rapidamente. Vai desaparecer muito, muito rapidamente.”


1 comentário:

  1. Ó D. Luísa Paula em primeiro lugar, bom dia. Em segundo, a senhora não devia ter eliminado o seu comentário no meu blogue; embora não converse acerca de assuntos mundiais, mas pessoais e até íntimos, gostaria de saber a sua opinião. Portanto, nada de apagar o que escreve. Tenho dito.
    E ninguém comenta esta coisas do ilustre Trump? Ora essa. Então apesar de os alunos terem palavras a dizer não escrevem nada depois de terem lido estes tão abomináveis discursos, cheios de ameaças veladas e desejos de grandeza autoritária?! Hummm...parece-me que Hitler começou melhor. Ou será engano meu. Não sei

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