Este ano, à semelhança de anos anteriores, em parceria com o Rotary Club de Torres Vedras, integrada nas comemorações do Dia Mundial da Filosofia, os nossos alunos participaram numa Palestra subordinada ao tema "A Comunicação Social no Mundo Atual", proferidas pelos jornalistas António Esteves e Francisco Vasconcelos.
António Esteves - jornalista |
A palestra teve início por volta
das 15:20h com António Esteves, jornalista que já
passou por vários jornais e estações, nomeadamente na RTP.
Começou por nos falar sobre a sua vida profissional dentro da área
das
telecomunicações.
O jornalista contou-nos também como era antigamente com a ausência
da Internet e dos telemóveis, realçando o quão importante estes são para a
nossa sociedade.
“Existe muita gente com acesso à Internet (cerca de 4,1 mil
milhões de pessoas) mas também existe muita gente que não tem, como por exemplo nos países
pais pobres (cerca de 2,3 mil milhões)."
Seguidamente, abordou a importância crucial das redes socias para
o jornalismo,
argumentando que “todos somos potencialmente repórteres”, o
chamado jornalismo de cidadania, dando o exemplo que podíamos estar a fazer uma
reportagem apenas por gravar a palestra, emitindo-a em direto nas redes sociais.
Posteriormente, explicou as principais diferenças entre um
repórter e um jornalista. Um repórter não tem limitações, não tem restrições ao
uso do seu material, não tem de respeitar um código deontológico, é uma fonte
indireta de informação e enriquece o trabalho jornalístico. Um jornalista tem
mais regras a cumprir com o conteúdo que publica e que esse conteúdo tem de ser
devidamente tratado e editado para ficar o mais apelativo possível ao telespetador.
Tem também de seguir e respeitar o código deontológico dos jornalistas, pode
usar material de repórteres nas suas fontes de informação, passando estas a ser
fontes diretas de informação e não pode expôr a privacidade das pessoas, mas
deve divulgar e partilhar imagens de situações de brutalidades. António Esteves
realçou que qualquer tipo de imagens ou vídeos publicados na Internet são
impossíveis de remover da web. Passando à frente no assunto, o jornalista
também nos contou acerca da revolução das telecomunicações em Portugal,
referindo como datas mais importantes os anos de 1988 em que surgiu a rádio
TSF, 1992, em que surgiu o primeiro canal televisivo privado (SIC) e 1994 em que
foi criado o segundo canal privado (TVI). Após o tema da revolução das
telecomunicações, António Esteves mostrou-nos a ordem de separação dos poderes,
estando o poder executivo em 1º lugar, o poder legislativo em 2º lugar, o poder
judicial em 3º lugar e o jornalismo em 4º lugar mas que, na opinião dele, e
ordem de separação deveria ser alterada, passando o poder económico para o 1º
lugar, o jornalismo para o 2º lugar, o poder executivo para o 3º lugar, o poder
legislativo para 4º lugar e o poder judicial para 5º lugar. Acabando assim o
seu discurso, António Esteves retirou-se do centro do palco e entrou o
comentador jornalístico Filipe Romão. Logo depois de alguns agradecimentos,
Filipe Romão começou por abordar a importância que a componente visual e as
imagens projetadas têm na nossa vida, pois consumimos muito material audiovisual.
De seguida, abordou o tema dos conflitos europeus no século passado como a
Guerra de Sarayevo em 28/08/1995 na Rússia, a 2ª Guerra Mundial e as
dificuldades económicas que um vendedor de fruta na Tunísia passava, o que
levou ao seu suicídio que foi gravado em direto e que comoveu muita gente e,
consequentemente, a partir dos vídeos publicados conseguiram quebrar o Governo
da Tunísia. Filipe Romão também conclui que a Internet mudou muito durante as
duas últimas décadas, dizendo que antes a Internet apenas se utilizava para
retirar informação e que hoje em dia se utiliza para muitas mais áreas,
nomeadamente lazer, publicidade, marketing, … Saindo assim do palco, entra
novamente António Esteves com o tema das audiências. O jornalista realçou que o
pico de audiências no mundo foi com o desastre do atentado da colisão das
Torres Gémeas com aviões em Nova Iorque.
António Esteves disse que quanto
maior for a audiência, maior é a receita produzida para as televisões,
relembrou que o horário nobre (topo das audiências) se verificava entre as 19h
e as 01h e explicou mais tarde a definição de “rating” e “share”: Rating: é a
taxa de audiências Share: é a quota de audiências (define se um canal tem
sucesso ou não). Ainda relativamente às audiências, foram comparados os gráficos
das todas as audiências registadas em Portugal nos anos de 2010, 2015 e do dia
20 de novembro de 2019. Importa acrescentar que António Esteves aditou o tema
da comunicação social e da importância da imagem e do visual de um jornalista
televisivo. Referiu que, passamos a citar: “Não há uma segunda oportunidade
para criar uma primeira boa impressão”. Realçou que o que vestimos transmite a
imagem que queremos passar e que os jornalistas televisivos devem sempre vestir
roupas de cores lisas e no tamanho adequado para não desviar a atenção dos
telespetadores. Alertou também para o facto de serem criadas muitas “fake
news”, notícias falsas que têm como objetivo criar boatos e espalhar histórias
irreais.
No fim, foi perguntado à plateia se alguém tinha alguma dúvida e a
aluna Ana Inácio, Nº 1 da turma N do 10º ano interveio e perguntou se a
publicidade dava dinheiro aos canais televisivos, ao que o jornalista António
Esteves explicou que a publicidade é uma fonte de receitas para todos canais
porque as empresas/anunciantes querem colocar os anúncios da sua atividade nos
canais que têm mais audiência, trocando tempo de televisão por dinheiro.
Frases que nos “marcaram”:
a) “Todos somos potencialmente
repórteres.”
b)“Consumimos mais informação num dia, do que Washington num ano.”
c)“As pessoas vêm cada vez mais aquilo que querem ver e não aquilo que lhes
queremos mostrar.”
d)“Não há uma segunda oportunidade para criar uma primeira
boa impressão.” e)“A simplicidade é o último degrau da sabedoria.”
Sem comentários:
Enviar um comentário